Estamos nas portas do ano de 2025, neste ano que termina, percebemos grandes desafios e inúmeras oportunidades, uma economia que cresce mais de 3% ao anos, trazendo boas perspectivas para o próximo ano, mas acredito que alguns setores não estão satisfeitos com a condução da política econômica, afinal, nos últimos meses o câmbio desvalorizou de forma acelerada, com impactos sobre os preços internos e levou o Banco Central a aumentar as taxas de juros em 1% percentual, saindo de 11,25% para 12, 25%.
Lendo a mídia comercial, percebemos em uníssono, uma fala recorrente de que estamos em crise econômica, com graves desequilíbrios fiscais e as perspectivas no próximo ano devem ser de redução do crescimento da economia e, para melhorar o cenário, seria necessário um forte ajuste fiscal.
No discurso dos representantes do mercado, percebemos que a economia passa por uma grave crise econômica, mas qual crise se estamos crescendo quase 4% ao ano, com desemprego em queda, redução da pobreza, aumento do investimento e capacidade industrial em ascensão ….??
Sabemos que o governo federal vem passando por grandes dificuldades, um governo de coalizão, onde o poder legislativo está cobrando mais atenção e mais recursos para seus grupos políticos e seus interesses econômicos, algo natural neste modelo de democracia construída internamente. Embora faça parte da democracia, o poder legislativo ganhou muito poder no governo anterior, com empenhos elevados, emendas PIX e grandes somas de recursos, gerando distorções e dificultando na construção das políticas públicas.
Todos os especialistas e economistas ortodoxos falam da necessidade de cortarmos gastos públicos para evitar uma bancarrota fiscal, mas precisamos destacar: onde será cortado os recursos do governo nacional?
No governo anterior os recursos eram retirados do andar de baixo, contingenciando as políticas públicas, diminuindo os repasses de programas públicos e garantindo como mantra recursos para os financistas, para as isenções fiscais e monetárias e para os empréstimos subsidiados, que contribuíram para aumentar os benefícios do andar de cima.
Neste ambiente, embora o ambiente esteja turbulento, destacamos um problema que começa a crescer de forma acelerada, um Presidente da República com 79 anos e com histórico de várias intervenções cirúrgicas, podendo criar ruídos e gerar graves constrangimentos nos próximos anos, principalmente em 2026, momento de uma nova eleição presidencial.
Esta semana, percebemos inúmeras postagens de setores da oposição se alegrando com as cirurgias do Presidente Lula, aguardando a vacância do cargo presidencial, um verdadeiro absurdo!
Os grupos de direita ou de extrema-direita tem vários nomes para representar seus grupos políticos, governadores, senadores e um ex-presidente, mas na contemporaneidade nenhum deles tem envergadura para ganhar a eleição nas próximas eleições presidenciais, mas como as mudanças mudam todos os momentos, quem sabe novos atores apareçam nos horizontes.
A esquerda, ou algo parecido com a esquerda, precisa repensar as estratégias nas próximas eleições e sua forte dependência da imagem do atual presidente, afinal, o que vai acontecer se os chamados progressistas tiveram que encarar estas escolhas em 2026, quem será o candidato da sucessão do presidente Lula, vale a reflexão.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia.