Vivemos momentos de apreensões constantes, todos os dias somos bombardeados por informações preocupantes, desastres naturais motivados pelo descaso dos protocolos ambientais, violências crescentes, confrontos verbais e desrespeitos generalizados que crescem de forma acelerada, criando discórdias, medos e ressentimentos em todas as regiões.
Neste cenário, percebemos o crescimento de propostas equivocadas e simplistas que pululam nos parlamentos globais, governos incapazes de compreender as raízes estruturais dos graves constrangimentos que pairam na sociedade global, tais medidas aumentam os confrontos entre nações e dentro dos países, espalhando medidas que aumentam a repressão e a violência urbana, deixando de lado os investimentos na formação educacional para a cidadania, desta forma, percebemos o incremento dos ressentimentos arraigados que culminam em graves desequilíbrios sociais, políticos e culturais, levando os indivíduos a buscarem um salvador da pátria que consiga melhorar as condições de vida da população e evitem as humilhações cotidianas.
Neste momento, percebemos o crescimento de políticas protecionistas, que crescem de forma acelerada, gerando graves instabilidades nos acordos comerciais, nas trocas econômicas e produtivas e estimulando o incremento de ressentimentos entre nações, num momento fundamental para que as nações e seus líderes se aproximem para evitar os graves constrangimentos gerados pelo aumento da temperatura global, que estão motivando variadas alterações no meio ambiente, modificações climáticas e possíveis transformações em setores econômicos e produtivos, redesenhando a geopolítica mundial.
O crescimento do protecionismo estimulado pela “nova” administração norte-americana tende a gerar graves retaliações em todas as regiões do mundo, nações ameaçadas devem se proteger para reduzir suas perdas econômicas e financeiras, nações sobretaxadas tendem a adotar políticas de retaliação, evitando graves constrangimentos para seus produtores locais e, no final das contas, os preços devem aumentar de forma acelerada, prejudicando seus cidadãos que tendem a perceber sua perda de poder de compra.
Vivemos numa sociedade altamente integrada e interdependente, alterações bruscas em qualquer lugar no cenário global tendem a impactar fortemente todos os atores econômicos e produtivos, ainda mais, quando percebemos que as incertezas e as instabilidades são geradas pela maior economia do mundo, catalisadora de políticas protecionistas motivadas pela proteção de seu setor produtivo e, desta forma, as outras nações tendem a adotar as mesmas políticas, aumentando os constrangimentos na economia internacional e incrementando as incertezas políticas.
As políticas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos da América objetivam a reestruturação industrial, o aumento da produtividade da economia e o fortalecimento de toda a sua estrutura produtiva, fortalecendo a economia do país, gerando empregos melhores e salários maiores, fortalecendo o mercado interno, garantindo um setor produtivo mais sólido e consistente para angariar forças na concorrência com o mercado global e condições efetivas para superar seu maior competidor.
Neste momento de grandes incertezas e instabilidades, percebemos que as políticas protecionistas tendem a gerar graves constrangimentos para as nações e o incremento das retaliações comerciais, que devem levar governos a estimularem um processo de industrialização e uma reestruturação dos seus setores econômicos e produtivos.
A literatura econômica nos mostra que todas as nações que se desenvolveram, antes conseguiram seu processo de industrialização, quem sabe, neste momento de protecionismos crescentes, os ventos da industrialização contagiem nossa elite e nos tragam novos horizontes de desenvolvimento econômico.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicos e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia e Professor Universitário.