Num mundo marcado por grandes transformações estruturais, centrado em uma imensa competição e pelo desenvolvimento tecnológico, as nações que não acordarem para este cenário contemporânea, os indicadores econômicos e sociais tendem a piorar rapidamente, aumentando os desajustes em todas as áreas e setores, aumentando a violência, os conflitos políticos e reduzindo as esperanças de dias melhores.
Vivemos em momentos de grandes modificações estruturais. Os comportamentos humanos estão se alterando, os relacionamentos estão em constantes transformações, os modelos de negócio estão passando por grandes modificações, as organizações familiares estão se reconfigurando rapidamente, as nações hegemônicas estão perdendo poder e influência no cenário internacional, o mundo do trabalho está em franca reestruturação, gerando desempregos, subempregos e informalidades.
As nações estão em guerras variadas, no campo econômico e produtivo, as empresas buscam apoio dos setores políticos e governamentais, rogando por proteção crescente e subsídios variados como forma de sobrevivência, barganhando para evitar a bancarrota e pressionando os orçamentos dos Estados Nacionais. No campo militar, as guerras crescem em todas as regiões, na atualidade encontramos mais de 180 conflitos militares em curso na sociedade mundial, gerando destruição na infraestrutura das nações, mortes generalizadas e um rastro de ódio, rancor e ressentimento, perpetuando novos confrontos e novas devastações.
No campo econômico, as nações estão em situação fiscal e financeira degradantes, seus recursos monetários são limitados para satisfazer as necessidades da população, desta forma, percebemos impactos sobre as estruturas políticas, fragilizando a democracia e estimulando a ascensão de grupos radicais, impulsionando polarizações em todas as regiões do mundo, incrementando fascismos e racismos crescentes.
Vivemos num momento de grandes desafios, as lideranças estão cada vez mais escassas, as discussões econômicas são limitadas, os donos do poder se perpetuam no controle da sociedade e usam seus poderes materiais e imateriais para influenciar os debates da sociedade, fomentando discussões ultrapassadas e de pouca relevância para compreendermos os desafios do mundo contemporâneo.
Em todas as regiões do mundo encontramos um grande contingente de trabalhadores desempregados, na informalidade e subempregados, cujos rendimentos não garantem condições dignas de sobrevivência, estamos criando uma explosão social que não demorará para explodir e seus impactos são desconhecidos. Décadas atrás, esse quadro de desalento era mais evidente em países pobres e subdesenvolvidos, onde a pobreza e a indignidade eram constantes. Na contemporaneidade, essa situação de desalento se espalha para todas as regiões do mundo, afetando países ricos e nações vistas como em desenvolvimento, desta forma, o futuro tende a ser nebuloso para todas as comunidades.
A tecnologia que era vista como instrumento de melhorias sociais, pode ser um complicador deste cenário de devastação social. No século XIX, a tecnologia era vista como uma forma de fazer os indivíduos a trabalharem menos e usar seu tempo ocioso para o lazer e para a convivência familiar. No mundo contemporâneo, dominado por tecnologias variadas, os trabalhadores se sentem pressionados pelas máquinas e pelos instrumentos tecnológicos, obrigando-os a trabalhos intermináveis e degradantes, incrementando os medos, as ansiedades, as depressões e até os suicídios.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.