Estamos iniciando mais um ano marcado por grandes incertezas e desafios crescentes na sociedade internacional, que geram instabilidades gerais, desequilíbrios emocionais e novas oportunidades. De um lado, percebemos o crescimento dos conflitos militares, com instabilidades sociais, degradações políticas, contestações sobre modelos de negócios e fortes transformações no mundo do trabalho. De outro lado, percebemos a degradação climática, alterações crescentes no meio ambiente, além de desequilíbrios existenciais, desajustes emocionais e, no limite, aumento da depressão, ansiedades e suicídios, gerando um verdadeiro caos na saúde pública.
Neste cenário, percebemos as movimentações militares que podem gerar constrangimentos para a sociedade internacional, onde as nações estão impulsionando os investimentos bélicos, despejando trilhões de dólares para aumentar a produção de armas e tecnologias militares, gerando medos e preocupações sobre conflitos nucleares, cujas repercussões armamentistas são incertas, destruidoras e degradantes.
Destacando o incremento das demissões de trabalhadores em grandes conglomerados econômicos e produtivos, todos os dias recebemos, nos noticiários especializados, informações de empresas de tecnologia, bancos, indústrias e grandes varejistas que estão demitindo grande contingente de seu quadro funcional. Neste cenário, percebemos que o ambiente de fortes investimentos destes conglomerados está chegando ao final, com o incremento dos juros e a diminuição da liquidez global, estes negócios estão buscando investimentos em renda fixa, risco baixo e, ao mesmo tempo, os governos que, anteriormente aumentavam os investimentos nos momentos de incertezas e instabilidades, foram fragilizados financeiramente depois dos gastos elevados da pandemia. Com isso, suas dívidas cresceram e seus riscos de insolvência aumentaram, levando-os a reduzirem suas exposições e postergando os investimentos produtivos, resultado imediato, sem investimentos públicos e um setor privado endividado, a recuperação econômica tende a demorar mais e os grandes perdedores são os setores mais fragilizados da sociedade, gerando instabilidades, incertezas sociais e degradação política.
O ambiente internacional se caracteriza por grandes instabilidades e fortes volatilidades, a escalada de conflitos militares e as preocupações crescentes com guerras nucleares, o aumento da inflação, o incremento da inadimplência, a compressão dos mercados internos, taxas de juros em ascensão, aumento nos conflitos comerciais e o protecionismo entre nações, instabilidades dos preços dos alimentos e da energia, tudo isso contribuem para as incertezas da economia mundial, criando um clima adverso e fortemente negativo, que contribuem para postergar a recuperação da economia internacional e acaba criando um século de instabilidades gerais e fortes preocupações sobre os rumos das nações, com impactos negativos para os indivíduos, alterando constantemente os modelos de negócios, levando todos os agentes econômicos e políticos a buscarem um caminho seguro e consistente numa travessia fortemente tortuosa, marcadas por medos, incertezas e constrangimentos crescentes.
Neste cenário centrado em fortes volatilidades, a sociedade brasileira sente as grandes inquietações que restringem as estratégias econômicas e limitam a recuperação econômica, postergando medidas estruturais fundamentais para que o país encontre o crescimento econômico sustentável, desta forma, percebemos que a economia nacional caminha a passos lentos, sem investimentos produtivos, sem perspectivas positivas e convivendo com instabilidades cotidianas, com conflitos políticos, desorganização institucional e confrontos generalizados. Enquanto as outras nações buscam a construção de novos horizontes de desenvolvimento econômico, refundando suas estruturas industriais, adotando políticas urgentes para reduzirmos as dependências externas e o aumento de sua autonomia.
Neste momento de instabilidades é imprescindível o surgimento de lideranças conscientes, visionárias e capacitadas para reconstruir novos horizontes, contornar os desequilíbrios, fortalecendo setores produtivos, reorganizando as instituições, reconstruindo e aperfeiçoando políticas públicas exitosas, pacificando a nação, investindo em capital humano e construindo um verdadeiro projeto nacional, sem isso, não teremos desenvolvimento econômico.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Economia Comportamental, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.