2012: Um crescimento econômico decepcionante

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A economia brasileira cresceu no ano passado míseros 0,9%, um crescimento muito tímido para um país que, nos anos anteriores, era visto como uma das próximas grandes potências pela comunidade financeira internacional, quando foi agraciado pela revista britânica The Economist como um país em vias de decolar para um novo patamar de desenvolvimento.

A conservadora revista britânica estampou a foto do Cristo Redentor na capa e alardeou para o mundo o sucesso do país no cenário internacional, era um momento de expectativas positivas e, a meu ver, bastante exageradas, um país com nossos problemas estruturais sendo visto como a nova potência econômica da atualidade, ainda mais num momento marcado por intensas transformações econômicas e tecnológicas, onde nossa infra-estrutura carece de investimentos e nossa mão-de-obra se ressente de uma injeção de produtividade e habilidades estratégicas.

O ano de 2012 foi decepcionante e frustrante para toda a comunidade econômica e financeira nacional e internacional, depois do otimismo exagerado vivemos um período de apreensão generalizada, o governo se defende colocando a culpa na crise econômica internacional e os críticos questionam as decisões pouco ousadas e, muitas vezes, carentes de originalidade, o script é sempre o mesmo: crise externa com perspectivas de desaceleração econômica interna leva o governo a intervir, aumenta o crédito e estimula o consumo, atua no lado da demanda rapidamente e se esquece que o problema maior esta na oferta reduzida de produtos, que com uma demanda aquecida acaba impulsionando a procura e, com isso, o incremento nos preços relativos acontece naturalmente culminando em repiques inflacionários, perigosos e desnecessários para um país como o Brasil.

Se ouvirmos o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, a impressão que temos é que o país está crescendo e se desenvolvendo de forma acelerada e constante, problemas inexistem e as previsões são sempre exageradas e se mostram, constantemente, equivocadas, levando a mesma revista, The Economist, que antes exaltava o país e suas perspectivas positivas a pedir a cabeça do ministro brasileiro, visto como lunático e ”altista”.

Segundo o ministro, o mundo está em crise, a instabilidade ainda é grande, o crescimento econômico se reduziu para todos os países, diante disso, nosso baixo crescimento se explica pela situação internacional, quando a crise internacional desaparecer o Brasil vai voltar a crescer e atingir seu verdadeiro potencial econômico, mas será que estas explicações são suficientes para que entendamos o baixo crescimento econômico do Brasil?

Para analisarmos mais diretamente esta questão, faz-se necessário darmos uma olhada no crescimento dos outros países, desenvolvidos e em desenvolvimento e, com isso, observarmos se nosso crescimento se iguala a destas outras economias. Dos países envoltos em crise, a maioria deles cresceu mais que o Brasil, economias em crise constantes tiveram um comportamento econômico muito superior ao do Brasil e concorrentes diretos no mercado internacional, como México, Rússia, Índia e China, foram agraciados por resultados econômicos melhores que o brasileiro, o único dos grandes que teve crescimento menor que o Brasil foi a Alemanha, um país de desenvolvido quando comparado ao Brasil, até os Estados Unidos que pouco tempo atrás estavam diretamente envolvidos na crise cresceram mais, muito mais, que o Brasil, sua taxa de crescimento ultrapassou 3%.

Sabemos que muitas dificuldades do governo atual se devem a herança do anterior, mas não estou dizendo que o governo Lula foi ruim, de forma alguma, o que quero dizer é que o crescimento de 2010 foi muito maior do que o possível com a atual condição da infra-estrutura brasileira, 7,5% de crescimento no último ano de governo foi positivo para o país e contribuiu para que a comunidade internacional e os agentes econômicos locais esperassem que o crescimento seria definitivo para o país, o clima de expectativas otimistas era grande mas os desafios estavam nítidos e evidentes para a economia, crescimento acima do estruturado gera boas chances de incremento inflacionário e, inflação é o que o país menos precisa neste momento, o que obrigou o governo a adotar algumas políticas mais rigorosas, reduzindo algumas das benesses anteriores.

Com receios inflacionários e perspectivas positivas, o capital estrangeiro chegou com mais regularidade ao país, aumentando a oferta de moeda estrangeira no mercado interno, com isso, a moeda nacional se valoriza de forma acelerada, as exportações caem e o setor industrial sente o ambiente conjuntural negativo, em contrapartida, as importações aumentam, a população consome mais produtos importados e o cambio passa a controlar a inflação, o ambiente é de otimismo para o cidadão comum, leigo em economia, mas para alguns especialistas mais sensíveis a situação da conjuntura econômica brasileira é preocupante, a indústria sente a contração e o setor perde importância no produto interno bruto, chegando a 14% do PIB em 2011, seu menor valor em termos históricos, nos anos 60 detinha 25% do PIB e no começo dos anos 2000, o setor era responsável por 15% do produto interno bruto.

É importante destacar ainda, que a retração do setor industrial é um fenômeno internacional, na maioria dos países o setor vem perdendo espaço na economia mundial, mas no caso brasileiro é importante destacar que, além do cambio desfavorável, temos outros fatores que inibem o crescimento do setor industrial numa economia global marcada pelo incremento contínuo da produtividade como forma de se inserir soberanamente no cenário externo, tais como: a alta carga tributária, a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, a excessiva intervenção do Estado na economia, os altíssimos índices de corrupção, as mudanças nas regras do jogo econômico, entre outras.

Devemos destacar ainda, que o país vem adotando políticas econômicas parecidas com aquelas adotadas no período crítico da crise internacional, naquela época o país adotou medidas de desoneração tributária e incentivou os bancos públicos a injetarem bilhões de reais para financiar os consumidores, acreditando que esta medida geraria uma melhoria nas condições econômicas e espantaria, em definitivo, a crise internacional iniciada no biênio 2007/2008.

Acrescentamos ainda o crescimento do gasto público, apesar dos compromissos assumidos anteriormente de austeridade e de equilíbrio fiscal, o governo gastou de forma acelerada e, com isso, no final do ano apresentou graves constrangimentos fiscais, levando-o a adotar, novamente, uma contabilidade criativa para tentar esconder que, mais uma vez, não conseguiria cumprir com seus compromissos e com suas promessas fiscais, o efeito imediato da tal contabilidade criativa se alastrou para toda a economia mundial, os investidores viram-na como uma medida negativa e atabalhoada, levando-os a críticas generalizadas em todos os canais de televisão e meios de comunicação, desacreditando os formuladores da política econômica e motivando artigos críticos não só de oposicionistas, mas também de pessoas mais próximas ao governo, como o economista e ex-ministro do planejamento e da agricultura no governo militar, Antonio Delfim Neto, que achou a medida desnecessária e inoportuna.

Nos anos anteriores o crescimento da economia brasileira se deu via incremento no consumo e na ocupação da mão de obra desempregada, com pouca ênfase no investimento e na expansão da produtividade. Este modelo funcionou e melhorou as condições do país nos momentos de crise e instabilidade de 2007/2008, agora a situação é outra, estamos num momento que se aproxima do pleno emprego, insistir em uma política de incremento do consumo e do emprego é equivocado, mudar o modelo se faz necessário e urgente para evitar que tenhamos mais uma vez um crescimento pífio e muito aquém de nossas expectativas.

Aumentar o crescimento econômico do país é fundamental, sair do binômio consumo/emprego e inaugurar um novo modelo econômico baseado em investimento e em produtividade deve ser uma das principais estratégias do Estado, este pode ser descrito como o principal desafio do governo federal no momento, mas para que isso ocorra é necessário que o governo transfira mais responsabilidades de investimento na infra-estrutura para o setor privado, diminua as intervenções abruptas e intempestivas na lógica econômica e produtiva e reduza esta concentração excessiva de atividades nas mãos do Estado, que é uma atitude equivocada e dispendiosa, além do foco constante de corrupção e de desperdício dos recursos públicos, o desafio é grande, o assunto é complexo e envolve interesses nítidos e agressivos, mas são nestes momentos de distúrbios e desequilíbrios que se forjam os grandes líderes da sociedade internacional.

Liderança interrompida: a renúncia papal

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Estamos vivendo momentos importantes para a sociedade mundial, conflitos generalizados se disseminam com grande rapidez, crises monetárias e financeiras, degradação moral, ausência de ética pública, Estados falidos, pedofilia no seio da Igreja, conflitos em organizações milenares e renúncias pré-anunciadas que mexem com todos os pilares da comunidade política e religiosa internacionais, estamos num momento de inquietação e medo generalizados.

O papa Bento XVI, alçado à liderança católica com a morte do carismático papa polonês João Paulo II, surpreendeu a comunidade internacional com seu pedido de renúncia, deixando o mundo em estado de estupefação e inquietude, a última renúncia papal na Igreja perpassa o século XV, os movimentos futuros do Vaticano impactarão sobre corações e mentes em todas as regiões do mundo, onde um rebanho de mais de 1 bilhão de fiéis se identifica direta ou indiretamente aos preceitos defendidos pela Igreja romana, preceitos estes manchados por escândalos envolvendo dinheiro, poder, sabotagem, corrupção, espionagem, escândalos sexuais, pedofilia, etc.

O antes cardeal, Joseph Ratzinger, se destacou no seio da Igreja católica como um de seus mais brilhantes intelectuais, suas idéias se identificavam com o ideário conservador e direitista, alçado, nos anos 70, ao comando da temível Congregação para a Doutrina da Fé, perseguiu as idéias marxistas dentro da Igreja latino-americana, uma de suas vitimas, o teólogo brasileiro Leonardo Boff, foi proibido de escrever e punido severamente pela Congregação, seus textos foram interditados e censurados levando-o a se desligar da instituição pouco tempo depois.

Seu período a frente do papado foi caracterizado por graves escândalos desde os desequilíbrios financeiros que afetaram abertamente o Banco do Vaticano até os inúmeros casos de corrupção, pedofilia de padres e vazamento de informações que obrigaram o papa a cortar na própria carne, afastando e processando pessoas que compartilhavam de sua intimidade e que conhecem muitas coisas sobre o funcionamento da Igreja internamente, seus desajustes, seus desafios e suas perspectivas para os próximos anos, mas, em muitos casos o sumo pontífice tergiversou, manteve pessoas indiciadas nas fileiras da Igreja e impediu uma depuração necessária de todo o conjunto religioso da instituição milenar.

O gesto de renuncia do papa Bento XVI não pode ser explicado apenas por sua idade e por suas dificuldades físicas, embora saibamos que os desafios do papado são intensos e extenuantes fisicamente, que exigem destes homens, que não são santos, um esforço físico sobre-humano, a compreensão dos motivos reais de sua renúncia vai muito além de suas limitações físicas e fisiológicas, é importante destacar, que a instituição se encontra envolta em graves desequilíbrios financeiros, caracterizados, ainda, por disputas de poder entre setores direitistas conservadores, fortes e organizados, justamente os setores que foram alçados aos postos chaves da Igreja com a ascensão de Ratzinger a condição de papa Bento XVI, substituto do carismático e conservador papa polonês João Paulo II.

Um dos fatos que marcou o papado de Bento XVI foi a enxurrada de denúncias e escândalos sexuais envolvendo padres em todas as regiões do mundo, nos Estados Unidos e na Europa muitos casos vieram a tona e deixaram a Igreja na defensiva, filmes foram feitos para denunciar casos absurdos de pedofilias onde padres e altos religiosos da instituição foram denunciados, julgados, presos e condenados depois de inúmeras décadas de abusos e omissão da sociedade religiosa, levando a instituição, em muitos países a fazer acordos judiciais, empenhando bilhões de dólares, para encerrar processos que maculavam a imagem da Igreja e expulsavam fiéis em todas as regiões, não apenas nos países desenvolvidos, mas em todas as regiões do mundo, mergulhando a Igreja romana em sua maior crise histórica.

O pontífice Bento XVI, como autoridade máxima da Cúria, se calou sobre tais denúncias, evitando iniciar uma discussão maior sobre questões pendentes e mudando o foco para evitar que investigações mais apuradas iniciassem, escondendo, junto com os cardeais, os culpados dentro da própria Igreja Romana, instituição milenar, cada vez mais conservadora e repleta de desafios imediatos, agora, como fica, uma instituição construída e voltada para ideais nobres e espiritualizados defender criminosos, ignorantes repulsivos e covardes, que, em muitos casos causaram graves desequilíbrios e distorções nos corações e nas mentes de milhares de famílias na sociedade global.

A renúncia pegou toda a sociedade internacional de surpresa, depois da fala papal o assunto dominou todas as grandes mídias, os articulistas se organizaram para explicar de forma simples para toda população, o mundo ficou perplexo, como pode o santo papa, escolhido por seus pares e cuja escolha foi intermediada por forças superiores pode renunciar a tão digna missão? Responder a esta indagação é algo que motiva e estimula, e nos ajuda a compreender o ser humano de forma mais parecida com a realidade, desanuviando e deixando de ver o papa como um super herói ou como um homem santo, mas como um homem normal, com seus problemas, medos e amarguras.

Os antigos dogmas defendidos pela Igreja colaboram para o afastamento de muito de seus fiéis, o distanciamento da Ciência, a não aceitação de métodos contraceptivos, como o preservativo, a não ordenação de mulheres, a dificuldade de construir uma critica salutar e a inexistência de movimentos transformadores endógenos, inviabilizados pelo domínio conservador de cardeais que se perpetuam no poder, se encastelam em suas idéias retrógradas cada vez mais distantes do povo, contribuindo para o enfraquecimento do movimento católico no mundo, na América Latina e no Brasil, a diminuição do poder papal contrasta com o fortalecimento e a estruturação dos setores evangélicos, que crescem todos os dias e servem de morada para atrair descontentes e críticos constantes dos rumos da Igreja católica, que mesmo perdendo espaço na sociedade global, ainda possui grande força e poder no ideário das sociedades, um exemplo claro de seu poder é que, depois do anúncio do papa, a mídia mundial se voltou para o Vaticano, todos os meios de comunicação enviaram para o pequeno país encravado na Itália seus melhores jornalistas, que forem enviados para cobrir um dos eventos mais importantes da sociedade contemporânea: a renúncia do papa Bento XVI e os rumos da Igreja no mundo.

Muitos se perguntam o que esperar da Igreja Católica nos próximos anos, alguns mais ufanistas acreditam que ela passará por uma grande transformação, se abrirá para os mais pobres, iniciará um amplo processo de reestruturação, se aproximando mais dos ideais pregados por Jesus, aceitando a Ciência, contestando os dogmas e abrindo espaço para um diálogo ecumênico com todos os extratos religiosos do mundo, uma nova Igreja, mais assentada nos ideais de Pedro e mais distante, cada vez mais distantes, dos gozos terrenos, das vantagens materiais, dos interesses do capital e das paixões mundanas.

A liderança papal se mostrou frágil para implementar uma agenda de transformação, muito do que foi feito de bom no papado de Bento XVI deve se perder na escuridão e no abandono, o que deve ficar de seu papado, e ficar sempre claro no imaginário coletivo, será a omissão da Igreja Católica em se auto-depurar, na dificuldade de cortar na própria carne os casos de pedofilia, nos escândalos de corrupção e, principalmente, a compreensão, de que a renúncia, mesmo sendo uma obra possível para todos os mortais, foi uma atitude que jamais imaginaríamos que acontecesse, mostrando ainda e demonstrando claramente a face humana, frágil e marcada por dúvidas, medos, incertezas e preocupações de todos os ser humano.

Outro ponto interessante que deve ser ressaltado neste caso é o formato de escolha do sumo pontífice, muitos receiam opinar sobre este assunto, mas em um momento como este marcado por inúmeras conjecturas e incertezas, faz-se necessário indagar se não seria o momento de criar um instrumento mais democrático para a escolha do papa, um instrumento que leve em consideração a opinião dos fiéis, neste rebanho de mais de 1 bilhão de pessoas que se debruçam em oração, fazem terços e promessas querendo agradar a Deus e num momento de escolha ou, de possibilidade de escolha se retrai e entrega esta missão nas mão de iluminados, muitos deles distantes do povo e enclausurado nos dogmas deletérios do catolicismo primitivo, mal sabendo eles que nos encontramos no século XXI, num momento de grandes mudanças e transformações constantes, onde o ser humano esta sendo chamado claramente para o testemunho da fé raciocinada e reflexiva, que nos liberta e nos alarga a visão sobre o mundo e sobre todas as nossas indagações.

Outros, mais realistas, acreditam que pouco mudará na Igreja nos próximos anos, as regras e os horizontes da Igreja romana permanecerão intocados, as idéias modernas, os novos pensamentos e as teorias existem e todos nós conhecemos, transformar a estrutura exige dedicação e vontade coletivas, um trabalho hercúleo que envolve várias pessoas, acreditar que é obra de um único homem é um grande equívoco, mas um equívoco que muitos alimentam a vida toda, com isso, uma instituição milenar vai se desagregando continuamente e o resultado mais concreto é que, os indivíduos fogem cada vez mais dos ideários cristãos que são fundamentais para sedimentar a sociedade mundial.

Preocupações econômicas constantes

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Nos últimos vinte anos a sociedade brasileira passou por grandes transformações estruturais, o modelo adotado até os anos 90 perdeu força e abriu espaço para novas construções sociais e econômicas, que envolveram vários governos, intelectuais, burocrata e demais membros atuantes da sociedade brasileira, ONGs e entidades de classes, mas mesmo com o progresso acumulado neste período, muito ainda precisa ser feito para que o país ingresse no tão desejado primeiro mundo e a sociedade se caracterize por mais homogeneidade, igualdade e equilíbrios entre os grupos econômicos e sociais.

O período anterior centrado em um modelo autoritário, onde o Estado era o grande agente do desenvolvimento se esgotou nos anos oitenta, o resultado imediato foi o incremento nos déficits públicos, graves desajustes fiscais, sucateamento da infra-estrutura e perspectivas econômicas bastante negativas, onde a credibilidade do setor público se reduz e os investimentos, públicos e privados, se reduzem de forma acelerada, com isso, amargamos uma década de fraco desempenho econômico e aumento nos problemas sociais, como a violência e a insegurança, obrigando os governos estaduais a aumentarem os recursos para o combate a marginalidade e ao caos generalizados.

Depois da abertura econômica dos anos 90, muitas foram as mudanças no perfil da economia brasileira, de um país fechado e alheio aos acontecimentos internacionais, o Brasil se transformou em uma economia mais aberta, comercializando com todas as regiões do mundo e passando por ajustes em seu setor produtivo, medidas macroeconômicas e até microeconômicas foram adotadas por todos os governos para reduzir os fatores de competitividade sistêmica ou custo Brasil, visto por muitos como o grande responsável pelo atraso do país no comércio internacional, o avanço foi nítido, poucos contestam esta melhora, agora, é importante que se destaque, que nossos concorrentes imediatos também passaram por estas mudanças e evoluíram com grande rapidez e agilidade, o mundo contemporâneo é flexível e suas mudanças são sempre intensas, o lema do mundo atual é baseado em mudanças e transformações contínuas, todos que se contentarem com sua posição atual tendem a ser superado rapidamente, a acomodação pode trazer constrangimentos gigantescos.

No setor educacional encontramos grandes gargalos econômicos e sociais, o nível da educação brasileira ainda se encontra bastante defasado quando comparado com outros países e regiões, para que tenhamos uma ideia mais nítida de nosso atraso é só analisarmos os dados referentes aos testes internacionais, nestas provas nossos alunos apresentam uma performance bastante insatisfatória, países menores e com recursos mais escassos apresentaram resultados melhores e perspectivas maiores que o Brasil, uma economia que se apresenta, na atualidade, como uma das seis maiores do mundo, com um produto interno bruto de US$ 2,5 trilhões e com um mercado consumidor crescente e promissor.

A média de anos de estudo do trabalhador brasileiro está em torno dos 5 ou 6, um número baixo se compararmos com países com o nosso nível de renda, US$ 12 mil, o que inviabiliza uma política mais clara de crescimento sustentado para as próximas décadas, toda e qualquer política pública que ambiciona levar o país para uma posição de destaque no cenário internacional não logrará sucesso se não contemplar uma verdadeira revolução nos indicadores educacional.

Nos anos 50 alguns países fizeram uma opção clara por investimentos maciços em escolas técnicas e tecnológicas, dentre os países que fizeram tal opção podemos destacar a Coréia do Sul e a Alemanha, países estes que colhem na atualidade grandes retornos econômicos e sociais, estes países se encontram na linha de frente de projetos fortes e exitosos nas várias áreas industriais e tecnológicas, exportadores de tecnologias avançadas, dotados de centros de pesquisas integrados entre Estado, Empresas e Universidades que se traduzem em uma melhoria nas condições de vida da população e perspectivas salutares para todos os grupos sociais.

No Brasil, as opções foram diferentes, os investimentos estatais se concentraram nas universidades, as escolas técnicas e tecnológicas ficaram relegadas a um segundo plano, a integração entre empresas e universidade pouco se materializou em benefícios para a população de uma forma generalizada, apesar de algumas escolas federais e estaduais de qualidade no ensino técnico e tecnológico, a tônica era outra, investimentos maciços no ensino superior, criando, com isso, um grande hiato entre o ensino superior de qualidade, para os ricos e abastados, e poucos e reduzidos investimentos no ensino fundamental e médio, para os setores de classe baixa.

Os últimos governos estão correndo atrás do tempo perdido, a criação dos institutos federais de educação e os incrementos de investimentos dos governos estaduais, tais como o fortalecimento do Centro Paulo Souza, responsável pelos investimentos do governo de São Paulo nos setores técnicos e tecnológicos, mostram claramente uma mudança estrutural no setor educacional, onde os setores técnicos e tecnológicos ganham relevância, investimentos estratégicos e passam a se expandir por todas as regiões do país, com uma educação focada na integração escola e mercado, capacitando mais rapidamente para o mercado de trabalho.

Além do setor educacional, outro setor importante e que gera graves constrangimentos para o crescimento do país é a infra-estrutura, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos em situação precária geram graves problemas de competitividade para o país, aumentando os custos de produção e reduzindo a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional, marcado por grande concorrência e pela busca constante por mais mercado e ganhos adicionais.

A situação de nossa infra-estrutura é precária e assustadora, mas a solução deste gargalo passa pelo incremento dos investimentos privados e por uma forte fiscalização e regulação do setor estatal, o governo sozinho não consegue viabilizar estes bilhões de investimentos na melhoria de nossas estradas, portos e aeroportos, para isso, é fundamental a atração dos investimentos do setor privado, privatizar poderia ser uma solução imediata, mas para isso é fundamental que os marcos legais sejam criados e estruturados para impedir os problemas ocorridos nos anos 90, as parcerias público-privadas também podem auxiliar no incremento dos investimentos, mas para que isso se efetive é fundamental que os instrumentos legais sejam bem discutidos e estruturados, impedindo que, no curto ou no médio prazo, os casos de corrupção se alastrem e criem constrangimentos maiores para os setores envolvidos na modernização do setor de infra-estrutura.

Outra questão importante para o crescimento do país, além do setor educacional e de infra-estrutura, é a questão tributária. Vivemos em um país com serviços públicos de terceiro ou quarto mundo e com impostos de primeiro mundo, a carga tributária neste país é um dos grandes impeditivos para o crescimento continuado do país, no último ano pagamos mais de 35% de impostos para o Estado Nacional e recebemos em troca serviços de pouca qualidade, ruas e estradas esburacadas, serviços de saúde de baixa qualidade, educação obsoleta e um sistema nacional de segurança pública inexistente, onde os marginais acuam os governos, achacam os policiais e fazem da população uma vítima deste sistema falido de gestão, vide o exemplo do estado de Santa Catarina, cuja população se encontra amedrontada e aprisionada em suas próprias residências, enquanto os marginais se exibem como heróis e postam fotos ameaçadoras nas redes sociais, é um verdadeiro descalabro esta situação.

São vários os impeditivos para a transformação do país em uma sociedade mais equânime, a educação de baixa qualidade, a infra-estrutura deficiente e a alta carga tributária são exemplos claros e sabidos por todos os grupos sociais, desde intelectuais e estudantes do ensino médio, mas existe outro problema sério que nos causa graves constrangimentos, a política nacional, o baixo nível dos nossos políticos, desde vereadores, até deputados, senadores, prefeitos e governadores, uma classe patrimonialista e marcada por um imenso corporativismo, que limitam a imaginação intelectual e obrigam o país a espasmos de crescimento econômico.

São inúmeros os problemas deste país, o futuro chegou de uma forma muito acelerada, o Brasil mudou rapidamente, os progressos são evidentes, desde os anos 90 o país venceu a inflação, conquistou a tão sonhada estabilidade monetária, incluiu milhões de pessoas na sociedade formal, dando-lhes dignidade, empregos e novas oportunidades, abrindo novos espaços de crescimento para a sociedade, mas no front políticos encontramos ainda, os mesmos nomes governando e ditando os rumos deste país, sai Sarney e entra Renan Calheiros na Presidência do Senado, na Câmara o nome da vez é Henrique Eduardo Alves, mais uma vez o Brasil avança no cenário econômico e retrocede no front político, e o pior, estes nomes foram eleitos com o auxilio do Partido dos Trabalhadores (PT), o partido da ética se dobra, mais uma vez, as exigências da governabilidade, palavra esta tão criticada anteriormente.

Dificuldades econômicas e otimismo moderado

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Terminamos um ano marcado por grandes dificuldades na esfera econômica e política, embora tenhamos expectativas positivas para 2013, é importante ter consciência das limitações da estrutura econômica e política do país, otimismo sempre, mas contido e sujeito as modificações constantes dependendo da conjuntura nacional e internacional.

Depois de um crescimento de 7,5%, avassalador para um país como o Brasil, os anos seguintes foram marcados por baixo crescimento e algumas dúvidas e incertezas que minaram a credibilidade do país no cenário internacional. De estrela internacional, retratado como país relevante para a comunidade internacional pela influente revista britânica The Economist, o Brasil perdeu o posto de queridinho da comunidade internacional e hoje passa a ser visto com receio por investidores de todas as regiões do mundo, perdendo, com isso, investimentos e espaço na economia internacional, para se ter uma idéia desta perda de importância relativa na sociedade internacional, em 2011, o Brasil gerou um superávit na conta capital de US$ 60 bilhões, enquanto que em 2012 o saldo caiu para algo próximo dos US$ 16 bilhões, uma queda considerável em um período de tempo bastante reduzido, denotando uma perda de participação do país no mercado de capitais internacional.

Analisando a economia brasileira nos últimos dez anos, percebemos um otimismo exagerado por parte do governo, dos analistas e da comunidade internacional, me parecendo muito mais uma estratégia forte e bem estruturada de marketing e de propaganda oficial, que se caracterizam por pouca consistência teórica e muita opinião especializada disfarçada de pensamento científico.

Crescemos nos dois últimos anos, 2011/2012, em média 1,9%, um número bastante insuficiente para que pudéssemos ser alçado a uma categoria de país em desenvolvimento, mesmo sabendo que a economia mundial se encontra em crise desde 2008, nossos vizinhos da América Latina tiveram uma performance muito melhor que a brasileira, diante disso, o que explica estes indicadores tão frustrantes da economia brasileira?

Poderíamos elencar vários limitadores para um maior crescimento de nossa economia, alguns convencionais destacados pelos economistas neoliberais e outros mais heterodoxos destacados pelos economistas mais intervencionistas, são vários argumentos e explicações, mas gostaríamos de nos concentrar numa questão que serve para demonstrar mais claramente as dificuldades do governo para deslanchar o crescimento da economia neste biênio, a contradição e a incoerência das políticas adotadas na lógica econômica, que de um lado interfere em demasia na estrutura produtiva escolhendo setores eleitos e, de outro, limita os lucros de empresas e concessionárias de serviços públicos, tornando estas concessões perigosas e arriscadas e, com isso, afugentando grandes competidores, dotados de conhecimento técnico e operacional e abrindo espaço para aproveitadores e bajuladores políticos que preferem investir em lobbies do que no incremento da produtividade.

Encontramos no governo atual uma verdadeira ojeriza à palavra privatização, principalmente dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), que nas últimas eleições rechaçou toda e qualquer tipo de venda de patrimônio do Estado Nacional, acreditando que este tem amplas condições de administrar e gerir de forma equilibrada e serena empresas em diversos setores, mas percebemos que este discurso apresenta limitações bastante fortes, dentro do governo e até mesmo dentro do partido da presidente encontramos vozes que flexibilizam este discurso e aceitam negociar uma redução do papel do Estado na economia, isto porque perceberam que o Leviatã não consegue atuar em vários setores com a rapidez e a eficiência que a economia moderna exige para estimular o crescimento econômico.

Mesmo reconhecendo a limitação do Estado empresário, o termo privatização ainda é visto como algo demoníaco, preferem adotar a expressão parceria, e com isso, passam a exigir dos parceiros que atuem em setores que necessitam da infra-estrutura necessária para impulsionar o crescimento do país, mas como as transformações são lentas e demoradas, fazem licitações cheias de instrumentos de intervenção estatal, criam barreiras e restrições para os investimentos e buscam manter nas mãos do Estado o controle de todos os setores, gerando instabilidades e incertezas que como conseqüência afastam os grandes grupos econômicos e financeiros, dotados de know-how e farta capacidade gerencial e atraem aventureiros e despreparados para o negócio, com isso, o grande prejudicado são os consumidores e a população de uma forma geral, que vai ser obrigada a pagar mais pelas concessões e os serviços oferecidos serão de qualidade bastante inferior.

Destacamos dois claros exemplos desta política, uma no setor de rodovias que, quando implantadas geraram muitas comemorações por parte do governo federal, pois segundo este, pela primeira vez, os concessionários vencedores seriam aqueles que cobrassem os menores valores de pedágios, depois de alguns anos e um balanço das concessões se percebeu, que a saúde financeira destas empresas ficou inviabilizada pelos valores reduzidos dos pedágios, com isso, os investimentos na conservação e na melhoria das rodovias se inviabilizaram e a população, mais uma vez, foi a grande prejudicada por tais medidas.

Destaque ainda para os aeroportos, tantas foram as exigências do governo para as concessões, que os poucos que se interessaram em participar destes leilões eram pouco qualificados para a empreitada, grupos internacionais despreparados e financeiramente controversos, com isso o próprio governo federal, ao fazer um balanço destas concessões desaprovou o resultado e prometeu uma mudança substancial no modelo e na forma de estruturar o negócio.

Estas atitudes hipócritas e ideologicamente equivocadas servem apenas para vender ilusões e fantasias para a população, surgem como uma falsa proteção dos indivíduos, atraindo votos dos mais incautos e enriquecendo os setores mais organizados, tanto sindicatos como setores empresariais, garantindo, com isso, uma perpetuação no poder marcada por fobias variadas e prejuízos nos investimentos na infra-estrutura, num momento onde o Brasil receberá duas das maiores competições do mundo, a Copa do Mundo de Futebol da FIFA (2014) e os Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro (2016).

A aversão ao investimento privado, nacional e estrangeiro, pode gerar graves problemas para a economia brasileira, afugentando novos projetos e impedindo a geração de novos empregos, ser o queridinho da comunidade internacional não é algo tão interessante como alguns defendem, se analisarmos recentemente veremos que alguns dos países mais paparicados no mundo sentiram na pele esta cobrança mundial, vide o México e a Coréia do Sul, ambos eram muito elogiados no início dos anos 90 e, posteriormente, sofreram com graves desajustes econômicos e financeiros.

No caso brasileiro a ingerência do governo federal sobre o ambiente de negócios pode causar graves constrangimentos para a economia, intervenção cambial visando estimular o setor exportador que acabou gerando impactos inflacionários na economia, o incremento nos preços acabou reduzindo a renda da população e, em contrapartida, uma redução no consumo agregado e uma dificuldade da manutenção da inflação na meta estipulada anteriormente pela autoridade monetária.

Destacamos ainda, a redução agressiva nas taxas de juros da economia, a taxa selic terminou o ano em 7,25%, o menor índice nos últimos vinte anos, obrigando os bancos privados a alterarem suas estratégias de atuação sob pena de perderem o mercado para as instituições oficiais, principalmente o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF), que adotaram uma postura bastante agressiva para aumentar sua participação no novo ambiente bancário brasileiro.

Do ponto de vista econômico o crescimento de 1% no Produto Interno Bruto frustrou muito os analistas econômicos, nacionais e estrangeiros, sem falar no governo, que alardeava taxas de crescimento econômico em 4%, para isso adotou inúmeras medidas fiscais e tributárias, principalmente a redução de impostos como o IPI sobre automóveis e eletrodomésticos, que seguraram o consumo interno mas, infelizmente não conseguiram alavancar o PIB, um dos menores da região, ganhando apenas do Paraguai, um país mergulhada em dramas políticos e institucionais.

O ano novo chegou e com ele inúmeras esperanças, um crescimento na casa dos 4% ou 4,5%, uma inflação controlada e mais próxima da meta, commodities em alta, no mundo uma recuperação das grandes economias internacionais, EUA, Japão e União Européia, um crescimento maior para a economia chinesa, que neste ano cresceu “apenas” 7,5%, um número baixo para os padrões da China, e quem sabe, um renascimento do setor exportador brasileiro, que nos últimos anos se manteve moribundo, com perda de crescimento econômico e redução de participação no mercado internacional, como sonhar não custa nada, se todos estes sonhos se tornarem realidade o crescimento pode ser robusto e o pibinho de 2012 pode efetivamente se transformar em um pibão, com ganhos substanciais para toda a sociedade brasileira.

Metamorfoses no mundo do trabalho

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Discute-se na sociedade contemporânea como se deve formar o trabalhador do século XXI, são muitos os desafios para este profissional, afinal uma sociedade em transformação requer um novo modelo de trabalhador, novas habilidades devem ser estimuladas para que a produtividade cresça de forma acelerada e os desperdícios sejam cada vez menores, isto sem mencionar os problemas gerados no meio ambiente que devem ser evitados sob pena de causar prejuízos generalizados em toda a sociedade mundial, comprometendo a vida e as margens de manobra da próxima geração, que receberia como herança uma sociedade com graves desajustes ambientais e problemas de sustentabilidade.

O modelo fordista de produção demandava trabalhadores para as fábricas e reduziam-nos a meros produtores de bens e mercadorias, os empresários deixavam claro que a única coisa que queriam de seus funcionários era sua força física, o cérebro era um instrumento que deveria ser deixados de lado, pensar, refletir e contestar eram habilidades que não deveriam acompanhar o trabalhador do paradigma fordista de produção, estas habilidades eram inatas apenas para a classe empresarial, ao trabalhador apenas caberia obedecer e cumprir as ordens que lhes eram dadas pelos seus superiores, produzir cada vez mais e aceitar as ordens sem contestações, mantendo e estimulando a disciplina no local de trabalho.

Este modelo de organização do trabalho ultrapassava os muros das fábricas e dos setores produtivos, as escolas se comportavam como agentes estimuladores de um modelo de educação que criava apenas um indivíduo automatizado, que se destacava como um reprodutor de ordens e tarefas, incapaz de refletir sobre as atividades mais amplas, servindo apenas como um agente robotizado, este modelo de educação pouco mudou, mesmo sabendo que a sociedade internacional se transformou imensamente, a educação continua marcada pelo conservadorismo e pela burocracia, ainda carecendo de transformações na mesma intensidade que outros setores.

O capitalismo industrial do século XVIII trouxe grandes novidades para os trabalhadores, a sua retirada do campo e acolhida na cidade representou para este indivíduo uma mudança estrutural, obrigando-o a se adaptar a uma forma de vida diferente, hábitos anteriores tiverem que ser deixados de lado sob pena de não encontrar ocupação remunerada, alguns mais conservadores e inflexíveis foram condenados a marginalidade ou a exclusão social, sendo obrigados a viverem em condições fétidas e degradantes, se abrigando em arrabaldes e periferias das cidades e inaugurando as favelas e os grandes bolsões de miséria que caracterizam as cidades contemporâneas.

A sobrevivência exigia dos trabalhadores uma busca constante para se adaptar ao modelo dominante, vender sua força de trabalho e, com isso, garantir um salário para a sua manutenção e de seus familiares era o grande desafio dos trabalhadores, a concorrência era algo novo, a competição com seus semelhantes transformava os sentimentos morais dos indivíduos, a solidariedade e a harmonia no ambiente de trabalho eram substituídas pela concorrência por espaço e por emprego, a nova lei era a da selva, onde os mais fortes sobreviveriam e os mais fracos seriam relegados ao esquecimento e deixados de lado, era uma versão moderna da lei do mais forte, um mundo onde os mais frágeis não tem vez, onde os indivíduos mais sensíveis eram destruídos e a força física era ressaltada como instrumento de sobrevivência e superioridade, este mundo não mais existe, ou melhor, este mundo esta sendo substituído por uma nova forma de organização que geram medos e preocupações, onde os fortes não mais dão as cartas e as músicas se voltam mais nitidamente para os sensíveis e flexíveis, neste mundo os fortes não tem vez, e agora?

O mundo atual exige habilidades novas e desconhecidas dos trabalhadores, sensibilidade, reflexão, agilidade e flexibilidade são algumas das novas exigências do mercado de trabalho, num mundo marcado por mudanças constantes, onde a velocidade da tecnologia molda nossas vidas e nossos comportamentos, o trabalhador moderno precisa se adaptar a rapidez do mundo contemporâneo, captar informações e decodificá-las é uma das exigências do mundo do trabalho, reciclagem não é mais uma palavra ligada apenas às questões ambientais, está intimamente ligada aos novos comportamentos dos trabalhadores e consumidores cujas escolhas são cada vez mais importantes para os rumos do sistema produtivo, estudar e se capacitar sempre são exigências que levam os trabalhadores a mergulharem no trabalho e, na maioria das vezes, deixando tudo o mais de lado.

Quando destacamos a sensibilidade não poderíamos deixar de lado a entrada triunfal das mulheres no mercado de trabalho, atualmente encontramos corporações, países e instituições diferenciadas sendo conduzidas por mulheres altamente competentes, se no início do século XX alguém dissesse que no apagar das luzes deste século as mulheres estariam em cargos de diretorias e de liderança seria ridicularizado como utópicos e desinformados, mas o mundo atual apresenta tons mais claros de rosa, recheados de mais sensibilidade e emoção, sentimentos que, muitas vezes, estão distantes dos corações masculinos e se estiverem muito próximos serão acusados de homossexualismo e, com isso, vítimas de preconceito e marginalismo, obrigando o indivíduo a rever seus conceitos e levando os homens a assumirem que sensibilidade não necessariamente significa homossexualidade, mas faz-se necessário num mundo que exige cada vez mais emoção e flexibilidade dos trabalhadores.

A educação do mundo contemporâneo deve se transformar com mais rapidez, as novas tecnologias devem ser estimuladas e implementadas, agora, não podemos deixar de lado alguns instrumentos que fazem a diferença, os pais devem se engajar num projeto de educação transformadora que dêem aos seus filhos não apenas chances de concorrer no mercado de trabalho, mas novas oportunidades de crescimento pessoal, novas formas de enxergar e entender o mundo como forma de afastar a ignorância que está presente em todos os indivíduos, uma educação que nos despisse da escuridão que trazemos no interior da alma e que nos acompanha em todos os momentos da nossa existência, não apenas na vida atual, mas em todas as nossas vivências no mundo material e que, infelizmente, não conseguimos superar por medo de enxergar as transformações em curso, refletir e mudar nossos pensamentos e sentimentos mais íntimos.

A tecnologia nos parece a grande panacéia do processo educacional, as promessas de facilidades crescentes advindas das revoluções científicas nos auxiliam a compreender a sociedade e as necessidades do mundo do trabalho, tablets, notebooks, smartphones, ultrabooks, etc… se transformaram em ferramentas interessantes e imprescindíveis para a compreensão da sociedade contemporânea, ter acesso a estas tecnologias são fundamentais para o mundo do trabalho, o mundo exige cada vez mais habilidades intangíveis, a época dos tangíveis ficou para trás, o momento atual é de fascínio e encantamento pelo processo tecnológico, mas temos que ter em mente que de que nada serve toda esta tecnologia se a atual sociedade deixa de lado valores fundamentais, se desrespeita sentimentos e religiões, criando indivíduos cada vez mais inseguros e imaturos e deixando de lado a esperança e as perspectivas de progresso e de crescimento social em prol de uma obsessão por uma mercadoria ou produto inovador que, para seus propagandistas, servem para facilitar a vida da população, mas que, na verdade, se restringe a um pequeno grupo de privilegiados desta tecnologia, privilegiados em parte, isto porque este mundo da tecnologia faz o indivíduo mergulhar no trabalho e nas atividades cotidianas relacionadas ao universo profissional e acaba deixando de lado sentimentos mais nobres e afetos mais verdadeiros, transformando sua profissão em uma religião onde seu deus passa a ser o dinheiro e a felicidade comprada e adquirida num mercada hipócrita e baseado em interesses mesquinhos.

Confrontos esperados

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Abertura, liberalização e privatização sempre foram assuntos proibidos e condenados pela esquerda brasileira, segundo esta o ideário neoliberal deveria ser defenestrado da sociedade, sob pena de condenar o país a uma encruzilhada das mais tenebrosas possíveis, podendo nos conduzir eternamente à miséria e a desesperança, para evitar tais profecias o Estado deveria atuar na sociedade como um agente organizador e fomentador do progresso político e social.

Diante disso, encontramos no Brasil uma polarização bastante extrema e insensata, para não dizer limitada entre Estado e Mercado, onde cada um deveria atuar em campos diferentes e este último deveria ser fortemente regulado pelo primeiro, como forma de garantir à sociedade serviços, produtos e mercadorias de qualidade sem criar uma dependência das forças do mercado, visto como um agente econômico marcado pela ganância e pela ambição. Nos últimos dez anos percebemos uma mudança bastante clara de enfoques, desde a ascensão do presidente Lula o Brasil evoluiu um pouco nesta polaridade, o Estado assumiu papeis variados, impulsionou o sistema econômico em um período de crise econômica internacional, alavancou a demanda e incrementou investimentos produtivos, reduzindo impostos e criando um ambiente propício para reduzir o impacto do desastre econômico internacional sobre nossa economia, o grande problema do crescimento do Estado é que um modelo centrado neste setor tende a ser muito lento e inflexível diante das demandas crescentes do mundo globalizado, aparelhar o Estado e fatiá-lo nas mãos de um determinado grupo político pode trazer graves prejuízos para a sociedade brasileira, aumentando a histórica ineficiência do setor público, o desperdício e a corrupção, males que assolam o Brasil desde a colonização.

O governo Lula (2002-2010) aceitou investidores internacionais, garantindo lucros fabulosos ao sistema financeiro, aumentou os repasses de recursos para as empresas via BNDES e, ao mesmo tempo, seguiu com uma política econômica anteriormente criticada, conhecida como ortodoxa, mas que garantiu resultados animadores nos momentos de instabilidades e crise no mercado internacional.

A segunda conversão surgiu recentemente, o governo petista de Dilma Roussef reuniu, em Brasilia, a nata do empresariado nacional em um grande lançamento do projeto de concessões que objetivam atrair investimentos nacionais para áreas estratégicas e fundamentais para o progresso do país, desde setores como estradas, portos e aeroportos foram contemplado por um projeto do governo que transferirá, para a iniciativa privada, setores que carecem de investidores para impulsionar seu crescimento.

O mais interessante em tudo isso são as denominações dadas para os projetos diretamente, o governo os chama de parcerias público-privadas onde o Estado apenas cederia aos empresários a oportunidade de investir em setores estratégicos para a sociedade, estes investimentos, o Estado reconheceu, são difíceis de serem feitos mas, infelizmente, rechaçou de forma veemente adotar o termo privatização, segundo os petistas este termo esta associado ao neoliberalismo, mas para a oposição, tão demonizada pelos governos petistas, estas medidas são formas disfarçadas de privatização, ou melhor, um claro reconhecimento de que o Estado mesmo dotado de grandes poderes dentro da sociedade apresenta dificuldades e limitações para tocar inúmeros projetos concomitantemente, além das questões fiscais e de planejamento, que são sempre fatores de graves constrangimentos e apreensões.

No inicio do século XXI, o partido de esquerda comprometido com os ideários intervencionistas, rechaçava toda e qualquer idéia de parceria público-privada, o ideal era expandir o poder do Estado sobre a sociedade e garantir espaço para os sindicatos e trabalhadores, seus fiéis defensores e eleitores; isso tudo mudou veementemente, a realidade alterou abruptamente as concepções da esquerda, levando-a a adotar uma política mais severa do ponto de vista fiscal, um combate maior aos desajustes inflacionários e uma preocupação constante com o tamanho e a capacidade de gestão do Estado Nacional, ou seja, a esquerda faz uma reflexão solitária, não admite seus equívocos mas adota uma postura mais centrada em políticas moderadas e conservadoras, é o fim das ideologias e seus extremismos ou, na realidade uma política centrada no pragmatismo e na eficiência?

A conversão ao pragmatismo foi visível, mas destacamos algo risível que empobrece a discussão política, a tentativa da presidenta Dilma Roussef de se esquivar, no discurso de lançamento do projeto, da palavra privatização, como se esta fosse algo abominável e desagradável, privatizar é diferente de fazer parcerias com os mercados, na privatização o patrimônio passa para as mãos da iniciativa privada, agora, nas parcerias o Estado concede a particulares, durante um determinado período de tempo um bem público, depois deste período este retorna para as mãos do Estado, na verdade, são termos diferentes, concordamos, mas esta conversão para um partido que sempre rechaçou a integração entre Estado e Mercado é algo revolucionário e assustador, até onde estas conversões podem ser feitas, quais princípios e valores defendidos anteriormente podem ser alterados de acordo com as conveniências do partido político encravado no poder?

A conversão petista na verdade não pode ser assim considerada, isto porque o que percebemos é uma tentativa da própria presidente de se afastar de alguns grupos organizados do partido, uma tentativa valente e madura de Dilma, isto porque este grupo ganhou grandes poderes dentro do governo anterior, ocuparam cargos de destaque e comandaram uma grande soma de recursos financeiros, nem sempre investindo em negócios salutares para a sociedade, toda e qualquer tentativa de enfraquecê-los pode abrir espaço para uma guerra fratricida dentro do governo, algo que acontece neste momento quando percebemos uma queda de braços entre governo e setores grevistas, uma disputa de poder onde os sindicatos, liderados pela CUT usam seus poderes para enfraquecer e fragilizar o governo em greves que se eternizam e trazem inúmeros prejuízos para a população.

Vivemos momentos de apreensão em toda a sociedade internacional, as incertezas relacionadas a crise internacional são constantes, as tentativas de recuperar a União Européia e a Zona do Euro fracassaram veementemente, a economia norte-americanas se mostra claramente fragilizada, desde a crise do sub-prime o pais busca seu equilíbrio que parece cada dia mais distante, a desaceleração chinesa preocupa todos os agentes econômicos, um país que nos últimos anos ganhou espaço na economia mundial, forçando economias industriais maduras e experientes a iniciarem um processo de ajuste estrutural sob pena de ver seu setor industrial desaparecer e seus empregos sumirem por completo, hoje reduziram seu crescimento econômico e, com isso, geraram graves constrangimentos para seus parceiros comerciais, dentre eles o Brasil, um momento difícil que cujas perspectivas globais não são muito alentadoras, muito pelo contrário, preocupam e geram desespero para muitos países e regiões.

O reconhecimento das limitações de investimento do Estado Brasileiro é algo bastante positivo para a sociedade, os setores dados em concessão pelo governo podem gerar novos espaços de investimentos produtivos, mas estes investimentos prescindem de marcos regulatórios modernos e eficientes, onde as responsabilidades são compartilhadas e os agentes econômicos se sintam a vontade para investir e vislumbrem lucros financeiros interessantes e tentadores gerando, com isso, um grande ciclo de investimento e crescimento econômico para o país, com geração de empregos qualificados e incrementos na renda nacional.

O governo atual é diferente do anterior, enquanto o presidente Lula navegou em um período de bonança internacional que lhe garantiu índices grandes de popularidade, a presidenta Dilma recebeu como herança uma economia aquecida demais e demandas crescentes de setores organizados da sociedade, empenhos de gastos e investimentos introduzidos no orçamento poderiam comprometer o equilíbrio fiscal e financeiro do Estado Nacional, obrigando-o a adotar uma política mais severa de reequilíbrio fiscal, contrariando grupos fortes e com grande poder político, como a oposição pouco existe, esta desarticulada e fragilizada, os confrontos dentro do governo crescem e se expandem além das portas do Palácio do Planalto. Analisar o governo sem admitir as raízes da presidenta é fazer uma análise limitada da conjuntura nacional, Dilma não faz parte dos quadros históricos do Partido dos Trabalhadores, não comunga com o aparelhamento do Estado nos moldes petista, sua origem é o trabalhismo de Leonel Brizola, o choque entre visões diferentes era algo inevitável e previsto pelos especialistas políticos, agora, é nestes confrontos que percebemos a capacidade de organização e articulação política, é destes embates que conhecemos os grandes personagens da sociedade, torçamos para que nossa presidenta se mostre capacitada para esta batalha, pois se perder este confronto os prejudicados seremos todos nós que defendemos um país centrado no mérito e na justiça social.

Confissões de novos e encantadores sentimentos

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A vida é uma grande viagem marcada por transformações constantes e descobertas infinitas, pobre daquele que considera saber tudo e se vangloria deste suposto conhecimento generalizado, somos seres limitados e marcados por grandes utopias, pouco enxergamos e julgamos saber em demasia, pobre ser humano que, na grande maioria acredita que os conhecimentos da humanidade se restringem apenas a vida material e aos prazeres do agora e se esquecem que a vida é muito mais do que este mundo tangível e imediatista, o universo é maior e por isso precisamos nascer, viver, morrer e renascer novamente e assim sucessivamente em uma viagem até a perfeição relativa.

Nesta jornada encontramos pessoas que acrescentam novas experiências na nossa caminhada, seres interessantes que nos dão lições de superação, de fé e de humildade, uma experiência que nos enriquece enquanto seres humanos e agregam novas bagagens na nossa viagem, agora, existem pessoas que passam pela nossa vida e não acrescentam nada, queiramos que sempre deixemos nos corações mensagens de ensinamentos e elevação, para que as pessoas sintam saudades de nós e nos enviem sentimentos saudáveis.

São muitas as experiências que nos enriquecem neste mundo de constantes transformações, mas nenhuma delas se iguala a de tocar em um serzinho, acariciá-lo e perceber que, a partir de agora, este pequeno depende de você, precisa de seu acalanto, necessita de sua atenção, invade nossos pensamentos sem pedir permissão e ocupa um lugar de destaque em nossos corações, sentimento novo e ao mesmo tempo transformador, que ao invadir nosso coração deixa marcas fantásticas, remove espaços sombrios e pouco iluminados e faz com que possamos alterar valores e prioridades, neste momento percebemos o que é o amor verdadeiro, sentimento esquecido nos dias atuais e relegado aos desvãos do inconsciente, um lugar tão insalubre que para encontrá-lo precisamos nos despir de nossas arrogâncias e desbravar nossos sentimentos mais íntimos, um local pouco conhecido, que não precisa amealhar fortunas para descobrir mas, com certeza, exige que nos esforcemos para fazer o que os filósofos sempre nos aconselharam, que é o conhecer-te a ti mesmo!

Um filho é uma graça de Deus, uma concessão que o Pai nos concede para que possamos compreender o significado do termo Amor, uma forma de nos fazer crescer, ao pensarmos que este espírito está sob sua responsabilidade e o bem estar dele depende de você, educar não é mais uma palavra bela e cheia de significados, se transforma em um conjunto de experiências íntimas, os exemplos devem ser frequentes, cotidianamente nos tornamos referência na vida deste pequeno, nossa conduta deve ser constantemente estudada, nossas palavras devem se mais estudada, afinal de contas, o que sai de nossa boca pode ferir mais do que aquilo que nela entra, diante disso, pensemos melhor em nossas palavras e atitudes, se nunca fomos exemplos para ninguém hoje nossos filhos vêem em nós seres a se imitar e mais, futuramente os nossos netos farão o mesmo que nossos filhos fazem na atualidade e a sociedade pode sentir na pele os estragos de nossa insensatez e ignorância.

A reencarnação é uma grande oportunidade para quitarmos nossos débitos, frutos de nossa insensatez e arrogância, mas Deus é muito misericordioso conosco, nos concede a oportunidade de nos reencontrarmos novamente, os inimigos de ontem podem ser nossos filhos na atualidade, e é nesse momento que o Amor mostra sua força transformadora, preenche lacunas de vingança com sentimentos novos e sublimes, nos leva a acordar pela madrugada, correr para a cozinha e fazer o melhor tetê do mundo, neste momento nos esquecemos do sono e do cansaço, do trabalho do dia seguinte, do chefe enfurecido e dos alunos desinteressados, e pensamos apenas em melhor servir nosso pequeno, trazendo sempre na face uma gratidão a Deus, que nos concede a oportunidade do reencontro, bendito momento de luz e gratidão que vivemos e eternizamos em nossos corações, introduzimos no nosso espírito e carregamos no nosso íntimo por toda a eternidade.

Viver esta experiência nos traz constrangimentos também, como toda experiência nela não encontramos apenas flores e facilidades, encontramos ainda momentos de mudanças em nossos cotidianos, antes pensávamos primeiramente em nós, no que comprar, onde ir e o que fazer, agora introduzimos sentimentos mais coletivos que mudam nossa forma de enxergar o cotidiano, primeiro o pequeno, suas dores e gritos passam a incomodar mais, não os ouvidos mas o coração, uma dor tão intensa que faz com que peçamos a Deus, nosso pai, que tire sua dor e transfira para nós, como se isto fosse possível, não é, sabemos disso, mas desejamos de forma tão intensa e desinteressada que quando paramos para nos analisar estamos melhores, mais maduros e mais convictos de que este pequeno ser veio para nos transformar e nos dar a oportunidade de crescer e melhorar, somos seres melhores depois desta experiência, olhamos mais para o coletivo e enxergamos mais a dimensão e a grandeza dos sentimentos do Pai maior, que mais uma vez nos concede a oportunidade de crescermos e sermos melhores hoje do que fomos ontem e, com seu auxílio, amanhã sermos melhores que hoje.

Viver a experiência da paternidade é algo diferente e maravilhoso, quando me vejo olhando para este novo momento acredito que Deus se utiliza desta situação para que possamos crescer mais rapidamente, isto porque o egoísmo, uma das maiores chagas da humanidade, tende a diminuir com esta experiência tão transformadora, o indivíduo olha seu filho com olhos diferentes, percebendo que seu bem-estar só acontece com o bem-estar do filho, sua alegria se condiciona a alegria daquele ser tão pequeno e encantador, uma experiência única que dá ao pai a certeza de que o mundo é mesmo uma viagem encantadora e fica a pergunta: como pude viajar sem a presença deste passageiro tão maravilhoso?

Sentimento não se explica, se sente intensamente, vive no fundo da alma, atua para transformar nosso coração e iluminar nossa caminhada, diante disso, a melhor coisa a fazer depois desta experiência tão marcante é louvarmos o nosso momento, agradecer ao Pai maior e pedir que nesta jornada possamos ser inspirados pelos bons espíritos, seres abnegados que se comprazem em nos auxiliar na nossa experiência terrestre, que Deus ampare e abençoem a todos e que um dia possamos nos encontrar para agradecer pessoalmente, ou melhor, em espírito, todo o carinho e atenção que nos foi concedido.

A oportunidade de sentir nos braços um coração pulsando e perceber que este é uma parte integrante sua é algo fantástico, nos mostra o gigantismo de Deus e seu poder incomensurável de sua energia transformadora, que nos envolve em sentimentos de paz e fraternidade e nos leva sempre a louvá-lo e acreditar que, se temos problemas e dificuldades, e todos nós temos, estas serão menores se nos mostrarmos calmos, serenos e confiantes de que existe uma força maior que comanda os rumos da humanidade, e que esta força esta ao nosso lado, basta acreditar e perseverar sempre no bem e no trabalho edificante.

Desesperança com a política partidária

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Uma das características mais importantes da sociedade contemporânea é a fragilização das eleições, do voto popular e da sacralidade da escolha dos governantes, instrumentos inscritos na lógica social como uma forma de eleger representantes e definir os rumos do país, dos estados ou dos municípios, esta desesperança com as atividades político-partidárias é um mau presságio para a democracia e pode gerar graves problemas para todos os cidadãos.
Lembro-me de uma época onde os políticos tinham um verniz ideológico, de um lado encontrávamos aqueles que priorizavam a ordem à justiça social e eram definidos como de direita, de outro encontrávamos aqueles que priorizavam a justiça social à ordem e eram definidos como de esquerda e, ainda encontrávamos um terceiro grupo político que se definiam como intermediário deste embate ideológico e eram chamados de políticos de centro. Nesta época era muito fácil definir quem era quem na política e perceber como eram feitas as alianças e como se davam as aproximações eleitorais, que saudade desta época onde adversários eram adversários, conviviam educadamente, mas apresentavam posições políticas diferentes, como esta sociedade se transformou e como se degradaram as nossas instituições políticas, contribuindo para um incremento da desesperança dos cidadãos.
Os ventos da política se alteraram imensamente, partidos de esquerda e de direita se entrelaçam em alianças que contrariam todas as leis do bom senso, da lógica e da moral, candidatos tiram fotos juntos e juram fidelidade, se abraçam confundindo os cidadãos e gerando controvérsias na comunidade, contribuindo para que a política seja cada vez mais vista como uma seara onde dignidade e respeito desapareceram por completo.
As eleições na atualidade se tornaram uma grande encenação, um verdadeiro teatro, os políticos gastam milhões e milhões de reais para serem eleitos, são recursos oriundos de fontes desconhecidas, financiadas por pessoas que não mostram sua cara e seus verdadeiros interesses, gerando graves constrangimentos para a sociedade, pois quando seus candidatos são eleitos passam a trabalhar para seus interesses, muitos deles escusos e ligados a bandidagem, vide o caso mais recente ocorrido no Brasil, onde um Senador da República, Demóstenes Torres, paladino da moralidade e dos bons costumes foi cassado por envolvimento claro com a contravenção, mesmo sabendo desta cassação acreditamos e temos muitos argumentos para acreditar, que grande parte destes chamados homens públicos não agüentaria uma investigação simples relacionada a seus patrimônios e suas relações de amizades, num universo restrito apenas ao Congresso Nacional, com seus 584 parlamentares, uma parcela considerável seria reprovada e processada por crimes variados, trafico de influência e até crimes comuns. Agora, se esta investigação abranger as Câmaras Municipais, com o universo de investigados aumentando, os resultados seriam chocantes e não teríamos espaço para prender tantos marginais, criminosos e bandidos, que se utilizam do mandato para ter imunidade transformando este benefício em verdadeiro espaço de impunidade.
A prestação de contas da classe política é algo absurda e irracional, os bilhões de reais gastos nas eleições são escondidos pelos políticos como um grande mantra, abrir as contas e mostrar as verdadeiras fontes dos recursos e os doadores da campanha pode gerar graves constrangimentos, isto porque muitos escondem tais doações em contas fantasmas, o conhecido caixa 2, mas depois das eleições fazem com que tais “investimentos” retornem em contratos milionários com órgãos públicos, enriquecendo e criando vínculos constantes entre a classe política e o grande capital, fonte incessante de corrupção e clientelismo político, dois dos maiores males deste país que remontam o período colonial.
Ao analisarmos a política no Brasil não podemos deixar de lado o que acontece nas cidades do interior, regiões mais longínquas onde as informações pouco chegam e a mídia não tem atuação direta, o executivo é ocupado pelos mesmos grupo políticos, que se revezam todas as eleições e os chamados representantes do povo, os vereadores, são indivíduos totalmente despreparados para esta missão tão nobre e importante para a consolidação da democracia, pessoas sem conteúdo político, ético e moral, e pior, ao serem eleitas se vendem para os grupos econômicos de plantão e usam do cargo para barganhar benesses para seus grupos políticos, negociando com prefeitos votos em prol de vantagens generalizadas.
Os supostos representantes do povo muitas vezes se esquecem, ou querem se esquecer, que muitos deles só conseguiram ser eleitos graças aos votos da legenda, sem estes não conseguiriam ser eleitos, mesmo assim, de forma descarada vendem sua vereança em prol de benesses particulares, barganham algo que não lhes pertence e perpetuam uma distorção brutal na política brasileira.
Ao analisarmos a produtividade da classe política brasileira percebemos que seus níveis são baixíssimos, grande parte dos projetos apresentados nas Câmaras de Vereadores são para nomear ruas e avenidas e ainda para conceder títulos aos cidadãos, honrarias desnecessárias e muitas vezes marcaram por conchavos e interesses mesquinhos. No Congresso Nacional, Deputados e Senadores, não se diferem tanto dos vereadores, muitos deles se comportam como verdadeiros vereadores nacionais, vendem seus cargos em troca de benesses para seus currais eleitorais, se beneficiando do cargo para conseguir recursos financeiros e a perpetuação desta estrutura distorcida e inviesada, que lhes garantem muitas vantagens materiais e, principalmente, política.
A classe política brasileira está em crise terminal, credibilidade baixíssima, a sociedade desconfia constantemente de sua atuação, seus discursos não mais empolgam os cidadãos, muito pelo contrário, os políticos no Brasil são considerados, segundo pesquisas, uma das classes mais mal vista pela população, estão sempre relacionados a picaretagem e corrupção, o que enfraquece as bases da democracia representativa e com isso fragiliza a sociedade e cria um clima de insegurança política e institucional.
A política está passando por graves crises não apenas no Brasil, mas em toda a sociedade internacional, muitos bradam aos quatro cantos que não gostam de política e esquecem que somos seres políticos, vivemos em sociedade e nos relacionamos todos os instantes com pessoas que tem interesses, idéias e pensamentos variados, respeitar tais idéias são premissas importantes para a boa convivência, abrir mão da política é nos deixarmos levar pelo poder dos mais fortes, neste caso veríamos um retrocesso social e graves constrangimentos para todos os indivíduos, culminando em uma sociedade onde viveríamos as turras em constantes confrontos, com mortes e destruição como regra, onde os mais fracos seriam sempre os mais afetados, humilhados e explorados. Se existe uma forma de reverter esta desigualdade é por meio da luta política, saudável, propositiva e construtiva, votar pode ser um instrumento salutar nesta batalha, mas é preciso observar atentamente a história dos candidatos e sua atuação, propostas e conduta moral, não mais podemos deixar de lado um instrumento que pode nos abrir novos horizontes e possibilidades, coloquemo-nos no centro das decisões e assumamos nosso papel nesta sociedade, somente desta forma poderemos mostrar a maturidade necessária para servirmos de exemplo para as próximas gerações, precisamos urgentemente reverter a imagem de que nós, brasileiros, vivemos deitado eternamente em berço esplêndido, para uma política onde nos engajamos mais e de forma coletiva e organizada, e nos responsabilizarmos mais por nossas atitudes, pois estas definem rumos e oportunidades.

Lideranças tímidas e equivocadas

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Momentos de incertezas se espalham pela sociedade mundial levando as mais variadas regiões do globo preocupações e desesperanças, mas ao mesmo tempo abrindo espaço para novos desafios e perspectivas, geradoras de oportunidades e espaços para líderes e empreendedores modernos, que fazem a diferença em uma sociedade aflita e marcada por medos e indagações constantes.
Encontrar nestes ambientes lideranças novas e promissoras é algo bastante complicado, até mesmo algumas palavras ou conceitos estão sendo utilizados de formas equivocada e banalizada pelos agentes sociais, empreender é mais que abrir uma empresa, empreender é algo mais complexo de mensurar e definir e está intimamente ligado a uma capacidade de construir e direcionar novos rumos e espaços para os negócios, criando áreas e oportunidades de trabalho e produção, gerando riquezas, empregos e novas oportunidades profissionais.
Liderar de forma eficaz estas mudanças é uma das habilidades exigidas dos empreendedores, que são líderes por natureza, possuem esta sensibilidade para compreender as oportunidades e servem como uma bússola para os trabalhadores e indivíduos que estão ao seu lado, motivando-os e estimulando-os ao trabalho, gerando um sentimento de utilidade, de pertencimento, sentimentos fundamentais para as atividades cotidianas de todos os cidadãos.
O mundo do século XXI, marcado pelas transformações constantes, está carente de lideranças empreendedoras, tanto na lógica política quanto na social, encontramos muitos indivíduos em cargos de liderança que apresentam uma visão limitada, são exímios estrategistas no mercado financeiro ou empresarial, falam vários idiomas, conhecem muitas teorias, países e culturas, mas não apresentam uma visão sistêmica dos problemas da humanidade, pensam nos indivíduos apenas como consumidores e se esquecem dos cidadãos, perseguem metas ambiciosas e deixam de lado os seres humanos, suas vidas e seus problemas, o resultado disso é uma sociedade que deixa a ética e os valores humanos de lado e se entregam ao imediatismo e ao individualismo.
Os valores do capitalismo ocidental se difundiram e geraram grandes mudanças no mundo, países orientais sentiram na pele mudanças intensas em suas formas de enxergar o mundo e vivenciar o trabalho e as relações sociais, concorrência e competição se tornaram mantras sagrados do mundo contemporâneo, obrigando as sociedades a buscarem incrementos da produtividade e redução de custos, mesmo que conseguidos destruindo o meio ambiente e deixando, para as gerações futuras um passivo altíssimo.
As transformações são intensas e preocupantes e levam regiões, antes promissoras e desenvolvidas, ao caos econômico e social, a União Européia está mergulhada em uma crise estrutural, cujos impactos sobre a economia global ainda são incertos e violentos, países como a Grécia, Portugal e Espanha se encontram em situação terminal, desemprego crescente, desigualdade social em ascensão, dívidas em descontrole e perspectivas negativas, que geram o caos, o medo e a insegurança, afugentando investidores e fazendo com que as perspectivas sombrias se tornem uma realidade assustadora, este caos oculta uma preocupação premente com as gerações futuras, o que estamos deixando para nossos filhos e netos se a esperança está se esvaindo de uma forma jamais vista e o medo e a desesperança reinam nos corações de todos.
Soma-se a tudo isso as preocupações ambientais, cúpulas são organizadas em vários países e regiões para construir uma postura comum de combate ao aquecimento global, debates, palestras e grupos de discussão tentam convencer os céticos e os supostos líderes a adotarem uma postura mais assertiva e criar metas mais ambiciosas para combater este desajuste que pode legar às próximas gerações um caos ambiental, atitudes estas que só poderão ser implantadas se o lobby das indústrias poluidoras for controlado e medidas concretas forem adotadas, medidas estas que não podem se restringir a um único país ou a um grupo de países, mas à comunidade internacional, deixando claro que alguns devem arcar com um ônus maior deste passivo ambiental, ou seja, países que alcançaram padrões mais elevados de consumo e conforto material devem se empenhar mais, destinando recursos para as pesquisas e zelando por um clima melhor e condições melhores de sobrevivência.
Um mundo complexo como o do século XXI exige lideranças mais capacitadas, a busca incessante pelo incremento de produtividade leva o trabalhador a desajustes constantes e conflitos existenciais, a ansiedade, a obesidade e a depressão são doenças que abalam todos os países e regiões, o suicídio pode ser descrito como uma das maiores causas de morte na sociedade internacional, obrigando governos e comunidades a assumirem posturas mais assertivas na solução destes problemas para que o século atual seja um período de transformações e progressos não apenas materiais, mas avanços morais e éticos dos seres humanos, para que possamos legar aos nossos descendentes um mundo melhor, aumentar os investimentos na integração e na comunicação entre os povos é importante e deve ser estimulado, agora, o que adianta estes investimentos sabendo que muitas regiões do planeta se encontram na pobreza e na indigência extremas, onde uma parcela substancial de sua população vive, ou melhor sobrevive, com apenas US$ 1 por dia e as perspectivas e sonhos são luxos que seus povos nem ousam em cultivar, porque a dureza do cotidiano embrutece os corações e fazem secar toda e qualquer lágrima de esperança.
Os medos são intensos e verdadeiros, mas mesmo sabendo das dificuldades e da dura realidade do mundo, não podemos desanimar e perder as esperanças, os homens são escravos de suas escolhas, colhemos atitudes tomadas anteriormente e para que, num futuro próximo, possamos colher frutos de paz e de progresso devemos hoje, na atualidade, plantar sentimentos e atitudes melhores, adotando o altruísmo como bússola que nos orienta e fortalece nossas decisões e expectativas.

A economia da turbulência: crise e incertezas nos EUA e na UE

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Estados Unidos, Grécia, Irlanda, Espanha, Itália ou Portugal, a crise das economias mais desenvolvidas finalmente se instalou e seus impactos são, até agora, impossíveis de serem mensurados, os números são altos, assustadores e imprecisos e servem apenas para aumentar a combustão e o desequilíbrio do Sistema Financeiro Internacional, neste momento os teóricos do marxismo são os que pareciam acertar em suas previsões, diziam de forma clara e eloqüente que o capitalismo cria seu próprio coveiro, que é o sistema que mais gera riqueza na sociedade mas, infelizmente, concentra tal riqueza nas mãos de poucos e cria uma situação de pobreza e miséria crescentes, tornando o sistema inviável no médio ou longo prazo, se estas previsões feitas no final do século XIX pelo grande pensador alemão Karl Marx estiverem certas, o mundo está diante de uma crise de grandes proporções, cujos impactos são difíceis de serem previstos.

Diante desta situação o mundo se inquieta, as instituições multilaterais construídas no pós-guerra, os governos dos países desenvolvidos e os neófitos integrantes dos Brics se unem para salvar a “sociedade internacional” e evitar a bancarrota dos países e da estrutura econômica global, que geraria uma destruição sem precedentes na humanidade e transformaria os desajustes gerados pela crise de 1929 um simples desequilíbrios regionais, tímidos quando comparados ao que está se desenhando no horizonte.

Mais quais são as raízes desta crise? E porque este sistema econômico apresenta tanta instabilidade? Tanta destruição nos setores produtivos são sintomas de que o modelo capitalista de produção é um sistema incapaz de agregar mais pessoas e construir uma sociedade mais igualitária para todos os indivíduos? E a economia brasileira como vai se comportar nesta instabilidade internacional? Será que vamos sobreviver incólume como na anterior ou seremos mais afetados e, com isso, teremos perdas mais consideráveis? São tantas as perguntas e de tão complexa discussão, que, neste espaço, iremos apenas iniciar uma reflexão.

Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) refez as contas do crescimento da economia mundial, nesta nova análise a instituição reduziu as taxas de crescimento de todos os países e regiões, dando mostras claras de que a economia está se desacelerando e, com isso, gerando cenários nebulosos para todos os países, não apenas os desenvolvidos, mas também os em desenvolvimento, os chamados eufemisticamente de emergentes, como o Brasil.

Uma desaceleração da economia dos Estados Unidos da América e da União Européia traria para todas as regiões do mundo, uma desaceleração geral, reduzindo os fluxos comerciais entre países, estes países são caracterizados como grandes consumidores, importam muitos produtos e, com isso, dinamizam a economia internacional e estimulam a produção e a geração de empregos nos países exportadores, a retração de consumo nestas regiões impactaria nos fluxos comerciais de toda a economia global, países como a China, grande produtor de produtos industriais seria afetado diretamente, sua economia reduziria suas vendas externas e forçaria seus dirigentes a ajustes econômicos e políticos, cujos resultados seriam, até então, de difícil projeção para a sociedade internacional.

A economia norte-americana está numa situação de apreensão, os setores mais prejudicados estão se mobilizando para pressionar o governo a adotar políticas mais efetivas para estimular a geração de empregos, recentemente o presidente Barack Obama lançou um pacote de incentivo ao emprego de mais de US$ 400 bilhões, que para muitos analistas econômicos parecem tímidos em face dos graves problemas da economia, o problema premente do país está atrelado à falta de credibilidade dos agentes econômicos, que, mesmo tendo recursos financeiros em caixa, se mostram amedrontados pelos indicadores negativos e restringem seus investimentos, propagando grande instabilidade nos consumidores, que se retraem e geram graves constrangimentos aos setores produtivos aumentando o desemprego, que está próximo dos 10%, algo impensado para um país que sempre se caracterizou como a pátria das oportunidades, do emprego e da ascensão social.

A situação européia não nos parece melhor, seu quadro é desolador, os países fazem reuniões constantes e pouco se decide, o sistema bancário europeu nos parece combalido pelas incertezas geradas pelo possível default grego, que levariam muitos bancos a graves constrangimentos financeiros, o que obrigaria o Banco Central Europeu (BCE) a um resgate altíssimo, alguns analistas calculam o resgate em mais de 200 bilhões de euros, que necessitaria da ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), cujas reservas financeiras nos parece insuficiente para tal tão arrojada movimentação.

Neste ambiente de incertezas encontramos espaço para movimentos variados da população, cidadãos europeus e norte-americanos se lançam em novas reivindicações, protestos se alastram pelo mundo todo e, agora chegam aos Estados Unidos, neles encontramos estudantes, desempregados, ex-militares, funcionários públicos, professores, sindicalistas, marxistas, punks, ambientalistas, artistas, anarquistas, manifestantes dos movimentos negros, defensores dos direitos dos homossexuais, intelectuais, etc. Estes grupos sociais se unem, num movimento que está sendo denominado “Ocupem Wall Street”, para fazer reivindicações contra os graves problemas que a sociedade vive, o crescimento desproporcional do setor financeiro que detém 40% de todo o lucro da economia norte-americana, algo assustador e jamais visto na história econômica do país, este lucro contrasta com a carência de uma parcela cada vez maior da população, em pesquisa recente constatou-se que, no país, quase 50 milhões de pessoas se encontram em situação de exclusão econômico-social, algo vergonhoso para a maior economia do mundo, detentora de um produto interno bruto de US$ 15 trilhões e um PIB per capita de US$ 50 mil por ano, o que está acontecendo com a economia do país?

As revoltas sociais não se restringem apenas ao tio Sam, a Europa, que vê seu modelo de União Econômica em xeque, também deve se preocupar com a agitação social, sua população sequiosa de perder seus benefícios sociais, tão duramente conquistado nas últimas décadas, se movimenta para preservá-lo, garantir aposentadorias confortáveis, sistemas de saúde e educação de qualidade são motivos de mobilização social para seus cidadãos, que ouvem discursos claros de seus líderes políticos que clamam por austeridade fiscal e redução dos dispêndios dos governos, discursos estes que podem comprometer seus benefícios sociais e mergulhar o bloco em grave crise recessiva, e acabando em definitivo com estes repasses de recursos do Estado, comprometendo a saúde da população.

Os gregos, os italianos, os portugueses, os espanhóis e os irlandeses já se manifestaram nas ruas de suas cidades, foram para suas capitais e deram seus recados para a classe política de seus países, os franceses, os alemães e os ingleses já perceberam que a situação é mesmo preocupante, sabem que neste ambiente de instabilidade e incertezas, podem perder muito, e com isso, comprometerem sua situação social e suas condições de vida num futuro que parece bastante assustador, onde o risco do desemprego se faz presente todos os dias, e pior, a exclusão social gerada pela transformação crescente do mercado de trabalho.

A população se mobiliza porque receia algumas medidas que estão sendo cogitadas nos círculo de poder político e nos ambientes financeiros nacionais e internacionais, governos sofrem pressões constantes de organismos internacionais e multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Banco de Compensação Internacional (BIS), para injetar recursos nos bancos combalidos pela crise financeira, cujos balanços estão bastante deteriorados pelas exposições agressivas e medidas arriscadas tomadas anteriormente, sem o socorro governamental, destacam os defensores deste socorro, estes bancos brevemente perderão recursos, gerando graves desequilíbrios para os setores produtivos, afetando o lado real da economia e aumentando o desemprego no sistema, de outro lado, os trabalhadores se movimentam e reivindicam claramente que, como existe dinheiro e recursos monetários para salvar os bancos e o sistema financeiro e não tem para socorrer a população que se encontra em situação de medo e desesperança, o que fazer nesta situação?

Neste ambiente, destacamos a inexistência de líderes inteligentes e engenhosos, estamos numa sociedade onde não encontramos lideranças criativas e experientes que encontrem soluções mais imediatas e deixem de postergar uma situação que remonta vários anos e cujos impactos sobre a comunidade internacional se arrasta e compromete a credibilidade dos agentes políticos, tão combalidos diante dos escândalos constantes e políticas desastrosas, que promovem guerras e instabilidades onde deveriam construir ambientes de harmonia e estabilidade, como forma de legitimar seus mandatos democráticos concedidos pela população de seus países, mas só criam medo e agitação social e leva seus cidadãos a lembrar de lideranças inteligentes, visionárias e capacitadas, como Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt, líderes que ficaram para a história e deveriam inspirar os representantes da atualidade.

O mundo vive momentos interessantes e impressionantes, os grandes sucumbem diante da crise internacional, os detentores de fortunas de outrora se organizam na atualidade para continuar detendo poder e os emergentes, que durante muitos anos foram vítimas de suas experiências econômicas e financeiras, utilizados como laboratórios de suas políticas de liberalização, desregulamentação e privatização são vistos hoje como os únicos em condições de promover uma ajuda eficiente e duradoura.

A sociedade mundial encontra-se num período bastante perigoso, as decisões de cunho econômico-político que forem implantadas neste momento tendem a influenciar os rumos e os comportamentos dos agentes sociais, estimulando novos investimentos ou reduzindo-os imensamente, o risco moral tão propalado nos meios acadêmicos e intelectuais, pode criar um grande constrangimento para o sistema capitalista, inviabilizando-o no longo prazo e deixando claro para todos que este modelo serve para poucos iluminados, são estes os grandes ganhadores, que acumulam lucros crescentes com a produção e garantem ganhos mirabolantes com a especulação financeira e quando se arriscam demasiadamente, colocando seus recursos em situações críticas são salvos pelos governos, criando e perpetuando a desigualdade e a desesperança no mundo contemporâneo.