Universidades S.A: As companhias de capital aberto da Educação Superior do Brasil

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Uma obra bastante interessante que desvenda as grandes transformações em curso na educação brasileira, a ascensão dos grupos de capital aberto sobre as universidades brasileiras e os impactos da educação como negócio.

 

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O economista mais poderoso do Brasil

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Revista Isto é Dinheiro – 27/04/2018 – Luis Arthur Nogueira

Antônio Delfim Netto era chamado de o czar da economia brasileira. Participou diretamente e indiretamente de todos os governos desde o golpe militar de 1964. E, aos 90 anos, segue influenciando os rumos do País. Conheça a sua trajetória, suas histórias inéditas dos tempos da Ditadura e as suas relações com os presidentes do período democrático

Antônio Delfim Netto: “O Brasil não é um fracasso. O problema do País foi não entender que deveria ter preservado a sua indústria” (Crédito: Gabriel Reis)

Os militares e os civis. A esquerda e a direita. Desde 1964, não há um único presidente da República Federativa do Brasil que não tenha recebido a contribuição direta ou, ao menos, um conselho ao pé do ouvido do economista Antonio Delfim Netto.

Aos 90 anos de idade, comemorados em 1º de maio, o ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento durante a maior parte do governo militar continua influente, lúcido, bem-humorado e sarcástico. Em sua consultoria, a Ideias, fundada em 1974 e localizada num casarão em estilo normando ao lado do estádio do Pacaembu, em São Paulo, ocorrem reuniões políticas e econômicas com personagens de todos os espectros ideológicos.

A mais recente aconteceu na segunda-feira 23, com os pré-candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT). Há um ano, devido a restrições médicas, Delfim Netto mudou o seu escritório do 1º andar para o térreo, ao lado da sala de espera das visitas. No andar de cima, ficaram nas paredes as charges dos tempos em que a mídia o retratava como o homem forte da economia dos militares. Apesar da limitação física, ele anda sem a ajuda de acessórios, participa de eventos e mantém uma rotina intensa de trabalho. “Nascer no 1º de maio, dia do trabalhador, não é coincidência”, afirma Delfim Netto, que recebeu a DINHEIRO duas vezes em seu escritório nas últimas semanas. “É destino.”

Delfim Netto estará ao lado da família no feriado que marcará os seus 90 anos. Neto de imigrantes italianos e primogênito de um casal de classe média, José e Maria Delfim, o economista tem duas irmãs, Filomena e Terezinha, uma filha chamada Fabiana e um neto, o Rafael, cujas fotos dominam as prateleiras do seu escritório. Nascido no Cambuci, bairro industrial de São Paulo, o economista não gosta muito de falar sobre a sua infância – conta apenas que gostava de remar no rio Tietê. É como se a sua biografia começasse oficialmente aos 14 anos, quando arrumou o seu primeiro emprego de office boy na indústria de produtos de higiene pessoal Gessy, que seria comprada pela Unilever na década de 1960.

Naquele tempo, passou a colecionar livros, um hobby que seria levado muito a sério não apenas durante a sua vida acadêmica, mas também ao longo de sua atuação no serviço público. “Em viagens oficiais pelo mundo, o Delfim sempre arrumava um espaço na agenda para visitar sebos e encontrar relíquias”, diz Paulo Yokota, ex-aluno do professor Delfim Netto na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP) e sócio na Ideias Consultoria. Ele acompanhava o ministro em reuniões em Paris, Nova York e Tóquio.

Pelas mãos de Delfim Netto, Yokota entraria na vida pública como diretor do Banco Central e presidente do Incra. O mesmo roteiro foi seguido por outros ex-alunos, que seriam apelidados de “Delfim boys”. A maioria mantém até hoje a amizade com “o mestre”, como o chamam. A DINHEIRO entrevistou outros quatro “Delfim boys”: Akihiro Ikeda, que também é sócio na Ideias Consultoria; Carlos Antonio Rocca, diretor do Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec); Luis Paulo Rosenberg, dono de uma consultoria que leva o seu sobrenome; e Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central. Apenas Pastore se afastou do Professor Emérito da FEA-USP.

Bom de garfo: chamado de gordo por seus amigos, Delfim Netto nunca escondeu o gosto por bons restaurantes. Na foto, come frutas de sobremesa no italiano Roma, em São Paulo

A mania por livros resultaria numa coleção de 250 mil exemplares, que foi integralmente doada à biblioteca da instituição, em 2014. “Apenas devolvi à faculdade um pedacinho do que ela me deu”, diz Delfim Netto, que se formou em 1951. “Eu dei muita sorte. Eu não escolhi a profissão. Foi a profissão que me escolheu”, afirma o economista que, com quatro troféus, é o recordista do prêmio entregue anualmente pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB). “É, disparado, o maior economista vivo do Brasil”, afirma Manuel Enriquez Garcia, presidente da OEB.

Em paralelo à FEA-USP, Delfim Netto foi aprovado num concurso público do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), em São Paulo. Lá, aprendeu o lado real da economia ao calcular a depreciação das máquinas rodoviárias. Após a formatura, foi contratado como assistente do professor Luiz de Freitas Bueno, engenheiro que se tornou o primeiro docente de Estatística Geral e Econômica da faculdade. “Foi o grande inspirador disso tudo”, diz o discípulo. Na época de dedicação à academia, no início dos anos 1960, Delfim Netto organizava encontros às sextas-feiras para debater o marxismo. “Eram conhecidos como seminários do uísque, pois os participantes faziam uma ‘vaquinha’ e compravam uma garrafa”, diz Carlos Antonio Rocca, diretor do Cemec, que foi aluno de Delfim na FEA-USP.

Falar dos tempos da faculdade é prazeroso para Delfim Netto, que tem uma memória invejável. Sua tese de doutorado foi sobre o café, o principal produto brasileiro. “O café era sinônimo de câmbio e representava 70% das exportações”, diz. “O problema é que o bom desempenho do café valorizava o câmbio e prejudicava a indústria.” A conclusão foi a de que o Brasil precisava desenvolver outras áreas para reduzir a dependência do café. O economista levaria essa convicção para o governo militar.

Decretado o golpe, em 1964, Delfim Netto foi convidado pelo presidente Humberto Castelo Branco a participar do Conselho Consultivo de Planejamento (Consplan), que tinha a missão de opinar sobre o Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg). No biênio 1966-1967, foi secretário da Fazenda de São Paulo no governo Laudo Natel, levando os “Delfim boys” como assessores. “O Artur da Costa e Silva, que havia sido ministro da Guerra de Castelo Branco, pediu para o Rui Gomes de Almeida [empresário da Associação Comercial do Rio de Janeiro] escolher um economista que não fosse carioca para lhe dar um panorama do Brasil”, diz.

“O Rui indicou o meu nome e eu fui a um apartamento, em Copacabana, explicar ao Costa e Silva como reduzir a dependência do café.” Depois de cinco horas de exposição, Delfim Netto foi embora para São Paulo sem nenhum feedback. Um certo dia, entra um assessor na Secretaria da Fazenda de São Paulo e lhe entrega uma carta do presidente-marechal com um convite para ser ministro da Fazenda. “Eu podia escolher meus auxiliares livremente desde que obedecesse a um critério geográfico”, afirma. “No regime autoritário, tínhamos de pensar na integração nacional, ou seja, escolher representantes de cada uma das cinco regiões do País.” Era março de 1967, a economia estava em desaceleração, a inflação anual oscilava entre 30% e 40% e Delfim Netto, nomeado o salvador da pátria, tinha apenas 39 anos.

O CZAR DA ECONOMIA A sede do Ministério da Fazenda era no Rio de Janeiro, ex-capital da República. Para lá foram alguns “Delfim boys”, que causaram certa inveja aos economistas cariocas. Eram chamados de “paulistas caipiras”. A rotina de Delfim Netto se divida entre Brasília (às segundas), o Rio (terça a quinta) e São Paulo (às sextas). Sempre às quartas, o ministro da Fazenda se encontrava com assessores, empresários e jornalistas depois do expediente. O restaurante escolhido era o Le Bistrô, em Copacabana. Delfim Netto foi o primeiro ministro a se preocupar com a explicação dos conceitos econômicos aos profissionais da imprensa, influenciando toda uma geração. O jornalismo econômico, como conhecido atualmente, não existia.

Trabalho: criada na década de 1970, a ideias consultoria fica num casarão de estilo normando ao lado do estádio do Pacaembu, em São Paulo

Na capital paulista, ele mantinha estreita relação com os empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Até hoje, preside o Conselho Superior de Economia da entidade. Atendendo ao clamor do setor privado, em 1967, quintuplicou o prazo para o recolhimento de impostos, melhorando o fluxo de caixa das empresas.
Delfim herdou do seu antecessor, Otávio Gouveia de Bulhões, e do ministro do Planejamento, Roberto Campos, os benefícios de uma série de reformas no âmbito do Paeg, incluindo a criação do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional. Chamado de o czar da economia, ele aprendeu a usar o Banco do Brasil como “olhos e braços do governo”. “Se você tem um problema de camarão no Ceará, chame o gerente do BB de Fortaleza, que vai te explicar a situação e, provavelmente, vai te sugerir uma boa solução”, diz. É, por isso, que ele refuta qualquer sugestão de privatização do Banco do Brasil.

Ainda no governo Costa Silva, Delfim Netto passou por um dos momentos mais delicados de sua trajetória política. No dia 13 de dezembro de 1968, foi um dos signatários do Ato Constitucional Número Cinco (AI-5), o mais severo do período militar. Mandatos foram cassados e direitos políticos, suspensos.

Aos 90 anos, ele afirma não se incomodar com perguntas sobre aquele período. “Quando o futuro vira passado, você percebe as implicações”, diz. “Suspender o habeas corpus não significa dar licença para fazer tortura.” E arremata: “ter assinado o AI-5 não significa ter aprovado a tortura”. Delfim Netto jura que não sabia do que acontecia nos porões da ditadura. Dada a sua inteligência, é dificil de acreditar.

De sua convivência com o marechal Costa e Silva, Delfim Netto lembra-se de um episódio inusitado. Ele estava no gabinete presidencial quando o neto do marechal entrou com um semblante tristonho. Após colocar o garoto de 8 anos no colo, perguntou o que estava acontecendo. Tímido, o neto não quis contar. O avô, então, afirmou. “Já sei! Disseram que seu avô é burro, não é isso?” O garoto balançou a cabeça positivamente. Costa e Silva então arrematou: “amanhã, quando você for à escola, pergunta para os seus amigos onde estão os avôs deles. Pergunta o que eles tão fazendo pelo Brasil”.

Com estímulos fiscais e monetários, e minidesvalorizações cambiais que levavam em conta a inflação brasileira e a americana, a economia começaria a se recuperar no fim da década de 1960. Os motores eram grandes obras, consumo, ocupação da capacidade ociosa das indústrias e exportações. As vendas ao exterior triplicaram no período conhecido como “Milagre Econômico”, que duraria até 1973. Esses dólares abundantes serviram para financiar a compra de petróleo e de máquinas para estimular o setor industrial. “A indústria brasileira chegaria a ser, segundo o Banco Mundial, a mais sofisticada do mundo subdesenvolvido”, diz Delfim Netto. De 1968 a 1973, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu, em média, 11,2% ao ano. “Não teve milagre”, afirma. “Milagre é efeito sem causa. Os brasileiros trabalharam brutalmente.” A inflação, que chegara a 91,8% em 1964, estava em um processo lento de desaceleração, num patamar de 30% a 40%, piorando em 1973, ao atingir 77,2%. Com Delfim Netto na Fazenda, o Brasil cresceu muito. Mas não aconteceu a sonhada distribuição de renda.

Desse período, no Ministério da Fazenda, Delfim Netto se orgulha de duas crias. A Secretaria da Receita Federal, em 1968, que unificou diversos órgãos fiscais, e a Embrapa, em 1972, que continua sendo referência em inovação no campo. Delfim Netto rechaça as acusações de que o governo militar manipulava a inflação, apesar das divergências entre os índices do Dieese, ligado aos trabalhadores, e os da Fundação Getulio Vargas (FGV), que produzia os dados oficiais. “Eu não brigava com o Dieese. Eu corrigia o Dieese por causa das amostragens equivocadas”, afirma o ex-ministro. “A Fundação (FGV) era invulnerável.”

Provavelmente por causa da autonomia de que desfrutava na Fazenda, Delfim Netto não esconde o seu apreço pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, cujo mandato foi marcado por torturas. Ele conta um episódio em que o presidente-general não queria autorizar o descongelamento do preço das carnes, apesar dos seus argumentos de que não fazia mais sentido aquela medida adotada cinco meses antes. Pior: começava a ocorrer um desabastecimento. Quinze dias depois, de forma surpreendente, Médici mudou de opinião. Intrigado, Delfim Netto foi apurar o que havia acontecido e descobriu que o presidente tinha ordenado ao próprio filho que vendesse os bois da família. “Ele só autorizou a alta dos preços depois que ele não tinha mais nenhum boizinho para lucrar com a medida”, diz. “Ele era absolutamente íntegro.”

Em 1972, ocorreu um episódio que iria encerrar o período do Milagre Econômico. No gabinete do presidente Médici, houve uma reunião entre Delfim Netto, o ministro de Minas e Energia, Antônio Dias Leite, e o presidente da Petrobras, Ernesto Geisel, que viria a ser presidente da República dois anos depois. Em pauta, a baixa produção nacional de petróleo e o risco de alta no preço no mercado internacional. Naquela época, o Brasil comprava no exterior 80% de todo o petróleo que consumia. Para blindar o País, Delfim Netto e Dias Leite propuseram a criação de contratos de risco a companhias estrangeiras que quisessem explorar petróleo no Brasil. A equipe econômica tinha informações do FMI de que o cartel de petróleo iria tomar providências para pressionar a cotação do barril. Geisel discordou da ideia e convenceu o presidente Médici. “O Geisel atrapalhou tudo”, afirma Delfim Netto. No ano seguinte, o Brasil sofreria as consequências do primeiro choque do petróleo, que quadruplicou os preços do barril.

Ao lado do poder: Delfim Netto sempre participou de alguma forma de todos os governos desde o golpe de 1964. Na foto, o então Ministro da Fazenda ao lado do presidente Costa e Silva

Quarenta e seis anos depois, é possível constatar que Delfim Netto ainda não digeriu aquela rusga com o general Geisel, de quem foi abertamente opositor. “O presidente Geisel é um sujeito corretíssimo, decentíssimo, muito bem-intencionado, mas fez uma péssima administração. Tudo errado”, afirma (leia ao longo da reportagem os comentários de Delfim Netto sobre os doze presidentes da República, de 1964 a 2018). Não por coincidência, o economista foi despachado para Paris, numa espécie de exílio entre 1975 e 1978. “Passei a criticar duramente a nova política e o Geisel mandou me convidar a ser embaixador na França”, diz. “Eu entendi do que se tratava e fui. Nós nunca nos demos bem realmente.”

Rebelde, ele manteve na parede da Embaixada a foto do presidente Médici por um período. Indagado sobre esse episódio, ele negou. Diante do olhar incrédulo do repórter, ele finalmente admitiu. “Tá bom, tá bom. Foi só por um tempinho.” Durante a temporada francesa, surgiu o famoso “Relatório Saraiva”. Trata-se de um documento secreto redigido pelo coronel Raimundo Saraiva, então adido militar em Paris, que trazia denúncias de corrupção contra a embaixada chefiada por Delfim Netto. A acusação, rechaçada por ele, era de que seriam cobradas comissões de 10% sobre empréstimos de bancos franceses pela sua equipe. “Um bando de mentiras feitas pelos militares linha-dura”, afirma o economista.

Em 1978, já de volta ao Brasil, tudo indicava que Delfim Netto seria o governador de São Paulo. “Mas o Geisel vetou”, afirma. No ano seguinte, assumiu o Ministério da Agricultura no governo de João Figueiredo. Desta vez, o convite foi feito pessoalmente, e não por carta. Ficou apenas cinco meses no cargo, quando o governo foi surpreendido pelo pedido de demissão do então ministro do Planejamento, Mário Henrique Simonsen. O economista carioca abandonou o posto durante a crise do segundo choque do petróleo. “O Simonsen foi embora porque quis. O Figueiredo tinha paixão por ele”, diz Delfim Netto. “O Figueiredo ficou bravo quando viu que o Simonsen foi embora sem avisar, sem fechar o orçamento.” Dois dias depois, uma foto antológica de Simonsen de calção de banho na praia de Copacabana estampou a capa dos jornais e levou o presidente-general à loucura.

Delfim Netto foi imediatamente nomeado ministro do Planejamento. Antes de assumir o cargo, alertou o presidente de que “o Brasil havia quebrado”. “O Simonsen foi embora porque tinha consciência de que o Brasil tinha quebrado com a alta dos juros nos Estados Unidos.” Em reação ao segundo choque do petróleo, em 1979, o presidente do Banco Central americano (Fed), Paul Volcker, elevou os juros para o patamar de 20% ao ano, fazendo explodir o custo da dívida externa brasileira. “É importante compreender que foi o Geisel que endividou o Brasil para importar petróleo”, diz. “Quando o Médici saiu, não havia dívida externa.” Nas palavras de Delfim Netto, “o destino puniu Geisel”, que se recusou a fazer os contratos de riscos anos antes, quando era presidente da Petrobras. Delfim Netto salienta, no entanto, que o Brasil não quebrou sozinho. A União Soviética começou a se esfarelar no período do segundo choque do petróleo. Diante do diagnóstico tétrico sobre a situação, Figueiredo respondeu: “É isso mesmo, Delfim. O Brasil é um pinto, mas o Geisel fez ele botar um ovo de avestruz. Vai lá agora e costura o rabo do pinto.”

Generosidade: em 2014, Delfim Netto doou sua coleção de 250 mil livros para a biblioteca da FEA-USP. “Apenas devolvi à faculdade um pouquinho do que ela me deu”.Embora o Planejamento tivesse, naquela época, uma caneta poderosíssima, Delfim Netto faz questão de enaltecer o papel do ministro da Fazenda, o capixaba Ernane Galvêas, “um dos quadros mais competentes da administração pública”. Foi Galvêas que chamou o “Delfim boy” Affonso Celso Pastore para ser presidente do Banco Central, entre 1983 e 1985. Pastore estava dando aula de econometria em São Paulo quando recebeu um telefonema do próprio Delfim avisando que haveria o convite. “Eu aceitei, fui a Brasília e encontrei um País quebrado”, diz Pastore. “Era crise o tempo todo, pois o Brasil tinha reservas internacionais negativas.” Enquanto Delfim e Galvêas negociavam com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Pastore articulava pagamentos com os bancos. O clima era estressante e a recessão foi quase tão grande quanto a registrada no biênio 2015-2016, no governo Dilma Rousseff. “A correção monetária com o Delfim e o Galvêas foi um desastre”, diz Pastore.

De fato, o desempenho econômico do último governo militar foi muito ruim. O PIB encolheu 6% entre 1980 e 1983 e a inflação disparou para o patamar de 200% ao ano. O Brasil viveria a chama década perdida.

Delfim Netto não é do tipo de economista que transparece irritação com as críticas. No entanto, ele acha injusto comparar a gestão dele na Fazenda entre 1967 e 1974, período do Milagre Econômico, com a sua gestão no Planejamento, entre 1979 a 1984.

“Esses dois ministros são a mesma pessoa”, diz. “As decisões são datadas. É fácil ser inteligente depois que o futuro virou passado.” De uma coisa o ex-ministro não pode reclamar, ele mandava e desmandava no orçamento federal, num período em que o Congresso não tinha direito a opinar. Com a aprovação da Lei da Anistia, em 1979, Delfim Netto conseguiu levar para Brasília um dos seus “Delfim boys” mais rebeldes. Luis Paulo Rosenberg, corintiano fanático e filho de um comunista cassado em 1964. “Eu me sentia um intruso na Ditadura e ainda sofria críticas de amigos e familiares”, diz Rosenberg, que trabalhava de camiseta numa sala no gabinete do ministro. “Eu era da ala acadêmica, que não usava terno e gravata.” Todas as pessoas que trabalharam com Delfim Netto durante os Anos de Chumbo garantem que ele nunca perdia o bom humor.

Eterno conselheiro: com a chegada à presidência do amigo Michel Temer, o economista Delfim Netto voltou a ter forte influência na agenda econômicaSua principal arma para se manter como o civil mais poderoso entre os militares sempre foi a informação, e, para isso, era estratégico ter pessoas de confiança espalhadas por toda a máquina pública. “Almoçávamos todos os dias e cada um da equipe contava sobre os problemas”, diz Rosenberg. “Com isso, o gordo sabia de tudo o que estava acontecendo”. Gordo era um dos apelidos de Delfim Netto, que nunca escondeu o gosto por bons restaurantes nem se preocupou com regime. Atualmente, em São Paulo, seus prediletos são os italianos Roma, no bairro de Higienópolis, e Gero, do Grupo Fasano, nos Jardins.

DEMOCRACIA Encerrada a ditadura, Delfim Netto foi eleito deputado federal – seriam cinco mandatos consecutivos até 2006. Ainda com o País abalado pela morte de Tancredo, o presidente José Sarney assume e começa a montar sua equipe. Ele precisava de um assessor econômico e o nome escolhido foi o de Rosenberg. Em um jantar com Sarney, em Brasília, Rosenberg recusou o convite. Ele voltou a São Paulo e recebeu um telefonema às 6 da manhã. Do outro lado da linha, a voz inconfundível do seu ex-chefe Delfim. “Você é um filho de uma p… Quem você pensa que é para dizer não a um presidente da República?”, indagou. “Prometa para mim que se isso acontecer de novo, você fala comigo antes.” Rosenberg prometeu. Dois minutos depois, toca o telefone. “Era da Presidência me convidando de novo para o cargo”, diz Rosenberg. “Não tive escolha. Aceitei por causa do gordo.”

Delfim Netto garante que não foi consultado sobre o Plano Cruzado, “o maior estelionato eleitoral de que se tem notícia”, que congelou preços para angariar popularidade. Na eleição de 1989, votou em Fernando Collor de Mello, alinhado com a Fiesp, cujo presidente Mario Amato dizia que 800 mil empresários deixariam o País em caso de vitória do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre o fracasso do Plano Collor, que confiscou a caderneta de poupança dos brasileiros, Delfim Netto disse que aquilo “só dava certo no quadro negro”. “Fui consultado pelo Collor somente depois que a coisa tinha acontecido.” Com o impeachment de Collor, assumiu Itamar Franco, “o melhor presidente”, na sua opinião. “Com todas as suas idiossincrasias, sem o Itamar, jamais teria havido o Plano Real”, afirma.

Milagre econômico: a gestão de Delfim Netto no Ministério da Fazenda gerou crescimento acima de 10% ao ano. Na foto, o ministro ao lado do presidente médici (ao centro)Curiosamente, foi durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso que Delfim Netto se manteve mais distante do Palácio do Planalto. Os dois se conheciam desde os tempos da universidade. Suas críticas e seus conselhos chegavam a FHC através de interlocutores ou da imprensa. O ex-ministro, por exemplo, não concordava com a sobrevalorização do câmbio entre 1995 e 1998, que “matou a indústria brasileira”. “Em 1999, vem o Armínio Fraga, presidente do Banco Central, desvaloriza o câmbio e passam a fazer a coisa corretamente”, diz.

Mais curioso ainda foi que a sua reaproximação com o Poder se deu num governo de esquerda. Em 2002, quando Lula despontava na liderança da corrida eleitoral, Delfim Netto ficou amigo do petista.

Os dois se conheciam desde a década de 1970. Após o primeiro choque do petróleo, em 1973, o então ministro da Fazenda foi conversar com o líder do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para explicar que a situação econômica iria piorar. “O Lula sempre foi um grande negociador”, diz. Essa admiração não é extensiva à ex-presidente Dilma Rousseff. Embora evite criticá-la publicamente – “ela é uma pessoa honesta” –, ele nunca aceitou o fato de que a petista não seguia os seus conselhos. Delfim Netto salienta, no entanto, que a sociedade aplaudiu as intervenções populistas no setor elétrico e na taxa de juros. “A Dilma não errou sozinha.” O seu rompimento oficial se deu após o escândalo das pedaladas fiscais. “Daí eu achei que tinha passado dos limites”, afirma.

Com o impeachment de Dilma, chega à Presidência o seu amigo e colega de partido (MDB), Michel Temer. Delfim Netto voltou a ter protagonismo, colaborando com o documento “Uma Ponte para o Futuro”, que propõe reformas para recolocar o Brasil nos trilhos. “Ninguém tem a vivência de política econômica que ele possui”, diz Ikeda, sócio e ex-aluno do mestre. “Todo mundo quer ouvi-lo.” Delfim Netto avalia que o presidente Temer é um exímio articulador político, que só não aprovou a reforma da Previdência por culpa das gravações do dono da JBS, Joesley Batista, em 2017. “Mesmo assim, nenhum governo fez em 20 meses o que o Temer fez”, afirma.

Sobre as eleições deste ano, não arrisca palpite, mas salienta que Ciro Gomes, Joaquim Barbosa e Geraldo Alckmin não podem ser menosprezados. Do AI-5 à Lava Jato, nenhuma pergunta o deixa irritado. Indignado, sim, com a operação da Polícia Federal no âmbito da Lava Jato, em sua residência, no dia 9 de março. Ele explica que prestou consultoria para montar um consórcio no leilão da Usina de Belo Monte. “Recebi R$ 3 milhões como honorários, em parcelas e de várias fontes. Tudo declarado.”

Aos 90 anos, Delfim Netto é o último de uma geração de pensadores que olhavam o País no longo prazo, como Simonsen, Campos e Bulhões. Ele esbanja saúde e lucidez ao relembrar dos fatos históricos, mas, nos últimos dez anos, pregou dois sustos em seus amigos e familiares. Em 2009, ficou internado por dois meses no Incor (SP), dos quais 18 dias em coma. No ano passado, passou mal em sua consultoria e foi socorrido pela sua secretária, Beti Czarny Kogan, que trabalha ao seu lado há 32 anos. Não existe reunião ou contratação de palestras – chegou a fazer 60 por ano – que não passe pela agenda da Beti. Além dos políticos, grandes empresários sempre ouviram os seus conselhos.

“Na época da ditadura, era impossível entrar no Brasil sem o aval dele”, diz um executivo de multinacional. O mestre ainda datilografa seus artigos em uma máquina de escrever Olympia, que possui há quase 50 anos. Continua um leitor voraz de jornais, revistas e livros – lê em inglês, francês, espanhol e italiano. Após a pausa para celebrar seu 90º aniversário, o economista voltará ao batente. Parar de trabalhar? Jamais. “Eu tive muita sorte. Nunca me senti trabalhando. Apenas vivi”, diz o mais poderoso economista do Brasil.

 

 

Uma doutrina reflexiva, libertadora e altamente explicativa

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A doutrina dos Espíritos foi codificada pelo pedagogo francês Hippolyte León Denizard Rivail (1804-1869), que passou a utilizar de um pseudônimo para publicar estas obras, Allan Kardec, com isso, foi o responsável por cinco grandes livros que trouxeram ao mundo o Espiritismo, O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865), A Gênese (1868) e, todos eles descritos como um misto de Ciência, Religião e Filosofia.

O Espiritismo trouxe algumas inovações para a sociedade da época, dentre elas a ideia de que os homens podem se comunicar com os mortos, com esta perspectiva, muitas pessoas das mais altas camadas sociais da sociedade se interessaram em conhecer a Doutrina dos Espíritos, afinal esta nos prometia a oportunidade de conversar com todos aqueles que não mais habitavam o mundo material, é daí o crescimento dos trabalhos mediúnicos e, em alguns locais, as comunicações estimuladas via copo sobre a mesa, uma prática que se espalhou por vários países da Europa mas foi na França que o Espiritismo deu seus primeiros passos e encantou muitas pessoas e grupos sociais.

Depois de muitas décadas em terras francesas e europeias, o Espiritismo aportou em terras brasileiras, fazendo morada numa região onde se visualizava poucos carmas coletivos, ou seja, uma região virgem de vícios e dogmas mais arraigados, sem históricos de guerras e conflitos religiosos, mortes e destruições atreladas a questões de cunho religioso, como encontrávamos na Europa, no Oriente Médio e em outras regiões do mundo.

Em épocas passadas, os espíritos se materializavam com grande frequência na sociedade, nos sítios e ambientes rurais, além de aparecer nas cidades, a presença destes era muito frequente, gerando medo, desespero e muita incompreensão, afinal, qual era o motivo que levava estes espíritos a aparecer com tanta frequência? Neste ambiente de incertezas constantes, muitas eram as teorias para tentar explicar as origens destas entidades, respostas no campo da filosofia e no campo da religião se alternavam e pouco traziam de novidade para todos que viam nisto, nada mais e nada menos, do que castigos dos Deuses, uma punição pelos excessos cometidos pelas pessoas da época.

Os trabalhos mediúnicos sempre foram feitos com o intuito de auxiliar estas entidades que, sem locais para comunicação e necessitando de esclarecimentos, viam nestes locais o ambiente para se aproximar das pessoas encarnadas, sem compreender seu verdadeiro estado e condição de vida, muitos irmãos do mundo imaterial se aproximava dos colegas do mundo material e tentavam, sem sucesso, iniciar uma conversa para que este pudesse esclarecer o que lhe acontecia com ele naquele instante.

Nesta época, e ainda em números bastante grandes na atualidade, muitos espíritos não tomam consciência de sua condição, morreram e não mais possuem corpo físico e ainda não descobriram, querem conversar e ao se aproximar geram sustos, medos e incompreensões, tudo isso ocorre porque os encarnados não sabem instruí-los a contanto, a vida no mundo espiritual era uma grande incógnita, o que se sabia no período era, na grande maioria, aquilo que lhes era dito pela Igreja Católica e esta não aceitava a existência de um mundo espiritual e imaterial, reinava a ignorância e dele crescia o medo, o desespero e a desesperança.

A Doutrina dos Espíritos nos trouxe um conjunto de informações novas, descortinou a ideia de que a vida termina com a morte do corpo físico e nos mostrou a existência de um mundo marcado pelo imaterial, destacando ainda que a vida não se dá no corpo físico,  mas no mundo invisível, estagiamos na matéria mas somos espíritos por excelência e para lá retornaremos quando terminar nosso estágio no mundo material.

Mostrou ainda que a perfeição de Deus é infinita, para mostrar sua justiça nos encaminhou os conhecimentos relativos a reencarnação, ou seja, acreditamos via Espiritismo que vivemos várias vidas em corpos diferentes e nestas andanças por estes variados corpos, uma hora como homens e outras como mulheres, estagiamos e vivenciamos todas as experiências possíveis e depois destas experiências entendemos o significado do não julgar, isto porque ao julgarmos nossos irmãos, estamos nos esquecendo de que em algum momento de nossa caminhada estivemos nesta situação ou se ainda não a tivermos vivenciados, em algum momento da vida a vivenciaremos, sentiremos na pele os efeitos e as dores desta experiência.

A compreensão da reencarnação nos leva a compreender melhor as leis de Deus, a meritocracia e as inclinações que temos nos mais variados momentos da vida, a reencarnação nos leva a viver como homens e posteriormente nos leva a habitar um corpo feminino, com isso conseguimos sentir as dúvidas, medos e ansiedade de cada um dos gêneros, tudo isso serve não como uma punição mas como um processo educativo, quantas vezes não bradamos contra os filhos homossexuais nossos ou de nossos vizinhos e numa outra experiência nascemos marcados com a homossexualidade entranhada em nossa intimidade? Quantas vezes não batemos ou maltratamos a nossa companheira no lar e em outras oportunidades somos levados a sentir no corpo e na alma as dores desta violência que destrói o íntimo e machuca os sentimentos?

Somos espíritos em evolução e queremos nos comportar como mártires, dotados de grandes qualidades e sentimentos mas, na realidade, somos crianças emocionais, e queremos chamar a atenção para ver se conseguimos que os olhares alheios sejam levados a nos enxergar nas nossas limitações e inquietações, isto nos acontecem com frequência cada vez maior e pouco nos detemos para compreender o significado desta situação.

Nos trabalhos doutrinários encontramos espíritos cheios de arrogância e prepotência, irmãos que acreditam que todos a sua volta estão lá para lhe servir, que todos devem abrir espaço para que sua estrela brilhe e lhe garantam as oportunidades de crescimento e desenvolvimento, são irmãos carentes que se colocam no centro da atenção, irmãos ingênuos e cheios de problemas que todos nós devemos amar e orar para que a luz de Deus possa os estimular e conduzir para seu crescimento pessoal e interior.

Os trabalhos mediúnicos nos mostram situações interessantíssimas de irmãos espirituais que se apresentam cheios de ódio, rancor e ressentimento por outro irmão ou colega de jornada evolutiva, o interessante é que quando entabulamos uma conversa mais íntima, percebemos que todos aqueles sentimentos demonstrados no início são, na verdade, um grande amor mal correspondido que, em algum momento, se transformou em rancor mas que pode se transformar novamente em um amor verdadeiro e intenso, basta apenas que haja um perdão verdadeiro. Encontramos ainda, situações em que o espírito se apresenta como vítima em uma determinada situação, alegando que em vidas passadas sofreu severas e violentas agressões deste que, na atualidade, define como seu inimigo, numa conversa mais serena e estimulados com a intuição dos espíritos amigos do plano superior percebemos que este que agora se diz vítima na verdade, em outras vidas e experiências, foi um grande e cruel algoz, que se utilizando de seu poder físico destruiu e maltratou seu amigo, mais frágil e indefeso.

As atividades na casa Espírita nos mostra situações das mais variadas possíveis, somos levados pelos mentores da casa a grandes experiências e se nos entregarmos e confiarmos nestas entidades, perceberemos que o mundo físico e o espiritual se inter-relacionam de uma forma fantástica, somos espíritos e estagiamos na matéria, precisamos desta matéria para as experiências que vivenciamos mas não podemos, de forma algumas, nos deixar levar pelo mundo material, seus encantos e prazeres, pois, se o fizermos, estaremos nos apegando a sentimentos limitados e a gozos imediatos, sentimentos que criam um prazer momentâneo mas que trazem consequências pesadas e muitas vezes demoradas para nos desvencilharmos por completo.

Na comunicação com o mundo espiritual, nas conversas que entabulamos com estes irmãos que estão no mundo imaterial, percebemos o quanto somos limitados e pequenos, o pouco que fazemos é, na verdade muito pouco, para o muito que recebemos, os grandes responsáveis por este trabalho ou, por esta missão, são os mentores espirituais, eles trazem os irmão mais necessitados, eles fazem as primeiras triagens, eles começam as conversações e eles são os responsáveis por acompanha-los depois da conversa, sendo responsáveis ainda por acompanha-los e os instruir da melhor forma de agir e se comportar, ou seja, todo o trabalho é feito pelos mentores espirituais e para nós, sobra a parte mais fácil e passageira, conversamos e tentamos instruir estes irmãos que, muitas vezes, sentem tanto prazer no mal que pouco conseguem se desvencilhar destas energias neste momento, precisando ainda serem amparados durante muitos anos, alguns décadas e outras por séculos. Mesmo fazendo tão pouco, percebemos que muitos irmãos do plano material se acham dotados de poderes extraordinários, acreditam que fazem muito mais do que realmente fazem e se deixam levar por vaidades e mais vaidades, culminado em situações que beiram ao ridículo e ao inacreditável, coitados, pouco sabem que, se Chico Xavier se intitulou um cisco, o que será que nós realmente somos?

A Doutrina dos Espíritos nos auxilia na compreensão do mundo e mais, nos abre portas do mundo material e imaterial, nos descortina uma nova forma de entender a vida e de perceber que tudo que existe no mundo só existe porque Deus autorizou, os ricos são possuidores de muitos recursos amoedados e, com isso, devem se utilizar destes da melhor maneira possível, devem zelar por estas posses para que elas auxiliem não apenas seus detentores, mas todos os indivíduos a sua volta, aqueles que se mostram avarentos e usam estes recursos apenas para manter seu luxo e de seus familiares devem compreender, que estes recursos não lhes pertencem, mas pertencem a Deus, e este pode retirá-los no momento que achar conveniente e necessário.

No outro lado, a pobreza ou as dificuldades financeiras não devem ser vistas como uma punição divina, mas como uma oportunidade de perseverar no bem, uma forma de compreensão dos motivos que o levaram a nascer assim, nunca a uma situação de revolta ou de violência como muitos o fazem e passam a cobiçar ou furtar os bens alheios, julgando que Deus os esqueceu e eles não merecem viver desta forma, iniciando um espiral de lágrimas, tristezas e muitas revoltas.

A doutrina dos espíritos nos foi revelada em meados do século XIX, de lá para cá muitas coisas aconteceram, evoluções e involuções nas mais variadas áreas, muitos buscam nesta doutrina as respostas que não conseguem encontrar de formas satisfatórias e racionais, muitos se assustam com seus ensinamentos que não aceitam a existência de vítimas, somos todos algozes de nós mesmos, todos vivemos inúmeras vidas e, nestas experiências, acumulados pontos positivos e negativos, nestas viagens a grande maioria acumulou mais pontos negativos do que positivos, somos devedores da lei Divina e estamos aqui para conseguir evoluir e ressarcir nossos débitos, o bom de tudo isso, é que nosso credor nos aceita como somos, nos auxilia na nossa evolução e divide no nosso débitos em várias parcelas, com isso temos tempo para nos melhorarmos e quitarmos nossa fatura, que façamos isso com rapidez, pois a transição planetária esta chegando e se não corrermos vamos ter que reencarnar em outros planetas para cumprir a lei maior de Deus, a lei da Evolução, desta ninguém escapa.

Valsa Brasileira

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Uma obra bastante interessante que analisa os últimos anos da economia brasileira, uma análise detalhada dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, suas políticas, seus desafios e os seus resultados mais evidentes.

O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança

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Um dos livros de gestão mais lidos no Brasil no século XXI, uma análise da liderança, do poder e da autoridade, leitura imprescindível para todo gestor com interesse em liderar equipes em uma sociedade onde os paradigmas antigos estão sendo derrubados e novos paradigmas estão surgindo.

 

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Partidos precisam ser preservados, mas têm de explicar desvios, diz André Singer

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Para cientista político, força eleitoral e enraizamento do PT permitirão que Lula continue influente mesmo preso

14.mai.2018 às 2h00

Ricardo Balthazar

SÃO PAULO

O cientista político André Singer pôs o ponto final em seu novo livro em março e terminou de rever as provas da gráfica dias antes da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 7 de abril. O episódio virou uma nota de rodapé, mas é impossível ler o volume sem tê-lo em mente.

“O Lulismo em Crise: um quebra-cabeça do período Dilma (2011-2016)” chega às livrarias na próxima semana. Singer reconstitui o período que vai da posse de Dilma Rousseff ao impeachment para entender o que deu errado e refletir sobre o futuro da esquerda.

Professor da Universidade de São Paulo e colunista da Folha, ele conclui que a ex-presidente perdeu o mandato porque contrariou interesses de dois aliados que Lula tinha conquistado —os bancos e o MDB— e superestimou as suas chances ao enfrentá-los.

Singer não arrisca previsões para a eleição presidencial de outubro, mas vê sinais de recuperação da força do PT e aposta que Lula continuará exercendo enorme influência mesmo preso em Curitiba.

Para ele, a sobrevivência dos três partidos que dominaram a política brasileira desde o fim da ditadura militar e a redemocratização —PT, PSDB e MDB— é necessária, mas depende de um acerto de contas com erros como os revelados pela Operação Lava Jato.

Como Singer diz no livro, todos se deixaram contaminar pela corrupção, mas nenhum deles explicou o que aconteceu nem anunciou o que fará para que não ocorra de novo.

 

As pesquisas mostram que um terço do eleitorado tem saudade do governo Lula, mas quase ninguém foi às ruas lamentar sua prisão. O que isso significa para o lulismo? 

Acho que o lulismo sobreviverá, apesar do baque com a prisão do ex-presidente e seu afastamento da atividade política cotidiana. O lulismo sobreviveu ao impeachment de Dilma e aos resultados negativos das eleições municipais em 2016.

Houve nos últimos meses uma retomada, como mostra o desempenho de Lula nas pesquisas. Arriscaria dizer que parcelas do eleitorado reagiram à prisão de maneira favorável ao ex-presidente, por entendê-la como parte de um movimento seletivo.

O lulismo não é um fenômeno mobilizador. É um movimento de transformação, sem ruptura com a ordem, o que é importante para o eleitorado mais pobre. Não houve mobilização das classes populares para defender Dilma contra o impeachment, nem para impedir a prisão de Lula. Mas o lulismo terá força eleitoral.

As pesquisas mostram que o eleitorado lulista tende a se dispersar com Lula fora da disputa. Eles ficaram sem opção? 

É muito difícil fazer previsões, porque a situação é inédita. Nunca houve uma liderança popular com as características de Lula e nunca tivemos uma eleição com um líder popular como ele preso. Pode ser que uma parte dos eleitores que declaram voto em Lula agora sigam uma indicação dele. Quantos? Não sei.

A ausência de Lula tornará seus apoiadores indiferentes ao processo eleitoral? 

Não creio em esvaziamento da eleição. Historicamente, o processo eleitoral no Brasil é muito vivo. Mesmo sem cultura de mobilização política, as camadas populares dão muita importância para a eleição presidencial, mesmo se o processo estiver confuso como agora.

Na ausência de um líder com as características de Lula, qual a chance de outro candidato herdar seu espólio eleitoral? 

O PT ainda é o partido mais enraizado do país, com a estrutura mais sólida e centralizada de todos, apesar das perdas sofridas nos últimos anos. Além disso, a preferência dos eleitores pelo PT voltou a crescer nas pesquisas.

Isso significa que o partido tem potencial eleitoral mesmo com Lula preso. É possível que parte expressiva do eleitorado siga uma indicação explícita do ex-presidente [de outro candidato], e acho que ele a fará. Quando e quem, não sei.

Seu livro argumenta que o lulismo começou a entrar em crise por causa da reação de bancos e outros grupos contrariados pela política econômica adotada por Dilma. Mas os críticos do PT afirmam que a política fracassou porque estava errada desde o início. 

Até meados de 2013, os resultados da política econômica não eram ruins, e a presidente tinha índices elevados de aprovação. Havia uma ligeira retomada do crescimento, com manutenção do emprego, da renda e dos programas sociais.

Havia pressão da inflação, mas ela estava bastante controlada, no teto da meta. Pode-se dizer que a política começou a dar errado em 2014, quando os investimentos caíram. Tudo que ela fez foi com o objetivo de que houvesse mais investimento privado.

Não falta à esquerda e ao PT fazer uma autocrítica mais profunda dessa experiência, reavaliando os fundamentos da política econômica adotada? 

Muitas vozes no debate econômico defendem um projeto neoliberal, e o que a ex-presidente Dilma tentou fazer foi uma política diferente. O que chamo no livro de ensaio desenvolvimentista era uma política consistente, em favor dos trabalhadores e da reindustrialização do país.

O livro expressa surpresa com o fato de os industriais se voltarem contra o governo que procurava favorecê-los, mas não fica mais fácil entender o que houve quando se constata o fracasso da política econômica, a concentração dos seus benefícios e a maneira como o governo queria interferir nos negócios das empresas? 

Em suas grandes linhas, a política econômica de Dilma beneficiava a todos. Qualquer investidor se beneficia de juros mais baixos, e isso sempre foi uma reivindicação básica de todo o setor produtivo. Assim como a desvalorização do câmbio, em 2012, e a redução do custo da energia depois. Essas políticas atendiam a reivindicações do conjunto da indústria. Por isso é surpreendente que ela tenha sido depois a ponta de lança do impeachment.

É um paradoxo. Minha hipótese é que isso tem a ver com as mesmas características identificadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na burguesia industrial em 1964, ainda que as conjunturas sejam diferentes e muita coisa tenha mudado.

Essa burguesia depende do Estado para se alavancar e alcançar os países desenvolvidos, mas ao mesmo tempo ela teme que o fortalecimento do Estado leve as camadas populares a uma situação de tal hegemonia que prejudique a dominação burguesa. Então, nessa hora ela se desloca para deter esse processo.

O que a esquerda aprendeu com os protestos de junho de 2013? 

Parte da esquerda entende que foi naquele momento que o lulismo começou a se despedaçar. Outros acham que ele representou a emergência de novas forças sociais, de caráter progressista. Acho que as duas coisas aconteceram, ao mesmo tempo.

Esse movimento também criou oportunidade para setores de classe média que até então não tinham conseguido se mobilizar contra o lulismo e de repente surgiram com força extraordinária. As manifestações desses grupos foram decisivas para o impeachment mais tarde, em 2016.

Por que as ruas se voltaram contra Dilma? 

Na campanha de 2014, ela mostrou que havia uma ameaça de ajuste econômico ortodoxo que colocaria a perder os avanços e era necessário impedir isso. Foi assim que se reelegeu, embora com uma vantagem pequena.

Uma vez reeleita, ela se encontrou diante de uma situação econômica bastante difícil. Dilma teria que encontrar uma saída que mantivesse a mobilização construída na campanha, mas optou pelo pior caminho ao adotar a política econômica oposta sem dar satisfação para o eleitorado.

Críticos dizem que Dilma perdeu o apoio da coalizão partidária que sustentou os governos petistas porque o PT buscou hegemonia em vez de distribuir poder aos aliados. Concorda? 

Não havia dificuldade no governo Lula. Pelo contrário, o PMDB queria participar, e as queixas eram pequenas. Os problemas surgiram depois porque Dilma tomou a decisão política, de caráter republicano, de pôr algumas pessoas para fora de cargos chave.

Seu principal núcleo de ação foi exatamente a diretoria da Petrobras, mais tarde alvo da Lava Jato. Ela já tinha demitido os diretores que depois foram presos e condenados.

Uma política desse tipo provoca reações. O principal representante dos perdedores foi o ex-deputado Eduardo Cunha [MDB-RJ], que cresceu com a insatisfação e mais tarde conduziu o impeachment.

Políticos que hoje têm que prestar contas à Justiça, como aliados do presidente Michel Temer, foram preservados por Dilma, assim como o próprio PT. 

Ela mexeu em setores chave, como a Petrobras, o Ministério da Saúde e o setor de energia, para conter círculos clientelistas que estavam encrustados no Estado. Não foram mudanças cosméticas, nem seletivas.

Nem todas as práticas que vieram depois à tona foram coibidas ou estancadas. Ela não mexeu na Caixa Econômica Federal, por exemplo. Não digo que ela tenha feito uma limpeza geral e absoluta, até porque isso não seria possível. Mas não foi pouco, e o que ela fez ajuda a entender o que aconteceu depois.

Não está faltando uma reflexão do PT sobre seu envolvimento com a corrupção?

Essa é uma crítica que faço a todo o sistema partidário e especificamente aos três principais partidos, PT, PSDB e MDB. Nenhum deles respondeu a contento ao que foi levantado pela Operação Lava Jato.
Ela tem um lado faccioso, mas é também republicana, e revelou ações que precisam ser esclarecidas.
É muito importante para a sociedade brasileira que esses partidos sobrevivam, mas eles precisam dar uma resposta positiva, explicar o que aconteceu e o que deve ser feito para que essas coisas não voltem a ocorrer.

O PT e o PSDB fizeram alguns movimentos o sentido de reconhecer que houve problemas. Mas nenhum deles deu explicações suficientes.

Qual será o impacto da eleição para esses partidos? 

O Brasil demorou para construir esse sistema partidário, e não há democracia sem partidos políticos. Claro que podem surgir novos atores, mas os três maiores partidos são representativos e seria muito importante que sobrevivessem.

Eles são enraizados na sociedade, representam segmentos diferentes das classes sociais e têm força para sobreviver. Os três foram muito abalados pela Lava Jato e isso abre espaço para novas forças políticas. Mas eles estão lutando para sobreviver, e a sociedade tem interesse nisso.

Eleições e instabilidade internacional: entraves à recuperação econômica

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Depois de uma recessão que durou mais de 36 meses, a economia brasileira dá sinais modestos de recuperação econômica, embora o governo propague aos quatros cantos que a economia está em franco crescimento e o pior já tenha ficado para trás, ainda estamos muito longe de perceber este crescimento econômico no cotidiano das pessoas, na geração de emprego, na melhoria dos salários e no aumento da renda agregada, estamos melhorando num ritmo lento e marcado por muitas instabilidades e incertezas.

Diante desta situação, muitos nos perguntam como está a economia do Brasil e o porquê de estarmos tendo um crescimento econômico tão lento, depois de três anos claros de recessão e aumento no desemprego, quando vamos apresentar resultados mais sólidos e empolgantes?

São inúmeros os fatores que nos ajudam a compreender a lentidão da recuperação econômica do país, as taxas de juros mesmo estando em níveis baixos, os mais modestos dos últimos anos, 6,5% da Selic, ainda percebemos no mercado financeiro um spread muito elevado, as taxas de juros cobradas pelos bancos brasileiros ainda são extremamente elevadas, ultrapassando a casa dos 300% no cheque especial e no cartão de crédito, taxas das mais exorbitantes do mundo mas, mesmo assim, os grandes bancos apresentaram balanços com alto lucro e rentabilidade, mesmo a economia apresentando indicadores negativos os bancos se mostram lucrativos e altamente rentáveis, uma dicotomia preocupante em um país que precisa de crescimento econômico, de investimentos e de uma forte geração de empregos como forma de reduzir os péssimos indicadores sociais, marcados pelo incremento da violência, pobreza e exclusão, revertendo quase todo avanço que o país apresentou na primeira década do século XXI.

Outro ponto central para compreendermos a fragilidade da recuperação econômica está na crescente crise fiscal do Estado, depois de anos de superávit primário que reduziram a dívida pública, nos últimos anos o país tem acumulados mais dívida, preocupando os agentes econômicos e colocando no radar do mercado um possível calote da dívida, que se analisarmos historicamente não seria algo novo no país que, nos últimos 80 anos declarou mais de oito moratórias, com este histórico negativo os motivos de preocupação são sempre presentes e elevam o risco e, com isso, os juros cobrados aumentam e geram mais constrangimentos para o setor público que percebe sua dívida crescer e inviabilizar o crescimento econômica, nesta situação o Estado brasileiro não mais apresenta condições de ser o motor do desenvolvimento do país, fomentar o desenvolvimento econômico nos parece algo distante e improvável. É importante destacar ainda que o desequilíbrio fiscal do Estado o leva a captar, no mercado, uma forte quantidade de recursos do setor bancário, com isso, o estoque de recursos disponíveis no mercado se reduz sobrando menos recursos para emprestar para os agentes econômicos, resultado imediato é uma taxa de juros proibitiva e indecente.

Internamente devemos destacar ainda a situação política, a proximidade das eleições presidenciais representa grande instabilidade, afinal não sabemos claramente as chances dos candidatos e, muitos deles, representam grandes incertezas e instabilidades, o líder nas pesquisas busca se cacifar como fiador de um discurso liberal para atrair os agentes econômicos, mas seu histórico de atuação parlamentar o mostra como um nacionalista com fortes traços protecionistas, de outro lado os candidatos queridinhos do mercado se mostram cheios de recursos para a campanha, mas com votos escassos e insuficientes, inviabilizando sua eleição e criando inúmeras preocupações em toda a sociedade e mais diretamente no mercado financeiro, estas dicotomias mostram como precisamos avançar nos debates e na discussão de rumos para o país que, como disse o governo de plantão em um quase ato falho,  O Brasil voltou, 20 anos em 2, se trocarmos a vírgula a frase apresenta contornos diferentes, preocupantes e assustador.

A situação internacional também deve ser destacada, a disparado no dólar neste ano e, principalmente, nos últimos dias levanta sinais de preocupação, somente no mês de maio a cotação disparou 4,9% e em 2018, 10,9%, números preocupantes e que geram grave apreensão, embora saibamos que nossa situação externa é bastante favorável, o país apresenta quase US$ 380 bilhões em reservas internacionais, uma situação nas contas externas bastante sólidas e uma taxa de inflação que se encaminha para os padrões de países do primeiro mundo, historicamente sabemos que estas crises podem se espalhar e contagiar outras economias, atualmente o afetado é a Argentina que busca recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) agora, posteriormente, pode afetar outras economias e gerar mais instabilidade no mercado internacional, afetando câmbio, investimentos, juros e comércio exterior.

A somatória de todas estas variáveis está gerando medos, incertezas e instabilidades na economia brasileira, com isso, a recuperação tão alardeada pelo governo não se efetivou de forma mais acelerada, os investimentos não estão sendo feitos e o emprego não apresenta sinais mais efetivos, muitos dos trabalhadores que a pouco tempo estava desempregado, hoje se encontrando trabalhando na informalidade, ganhando menos e sem os benefícios e as contrapartidas do trabalho formalizado.

Diante deste quadro, percebemos grandes indefinições sobre o futuro da economia do país, o problema fiscal precisa ser resolvido em definitivo e para isso, precisamos nos debruçar sobre questões fundamentais, assuntos que não podem ser mais postergados como as reformas de Previdência, Tributária, Política e a do Estado Brasileiro, todas estas medidas são centrais para que o país se reestruture e se prepare para os imensos desafios do século XXI, um momento de grandes indagações, onde o investimento em capital humano deve ser a bússola para orientar os gestores políticos e capacitar a sociedade para os ventos do novo século.

Os desafios são imensos, a sociedade clama por mudanças de todas as naturezas mas, ninguém quer perder, todos querem as mudanças, mas ninguém quer ver os seus recursos sendo reduzidos, com isso, percebemos que ao novo governo se apresenta grandes desafios, diante disso, o próximo presidente precisa se capacitar para enfrentá-los de frente, fazer o diagnóstico correto e usar a legitimidade do cargo e o começo do mandato para levar ao Congresso Nacional as grandes mudanças que o país precisa, não tergiversando com os interesses mais mesquinhos e imediatistas da sociedade e, ao mesmo tempo, abrindo espaço para que o país possa garantir esperança para a população, afinal de contas estamos num momento em que não esperamos mais nada da classe política, atribuímos a ela todos os problemas e nos eximimos da nossa responsabilidade.

O momento é de inquietação e incertezas, a eleição pode nos abrir novas perspectivas e um sopro de esperança mas, ao mesmo tempo, pode nos trazer mais medos e desesperanças, o voto anteriormente era visto como um instrumento de mudança e a sociedade não poderia abrir mão dele, hoje percebemos que a situação não é tão simples como muitos apregoam, votar é fundamental, é um instrumento de cidadania e todos precisam exercê-lo da melhor forma possível mas, muitas vezes, não encontramos na lista dos candidatos pessoas capacitadas e em condição de conduzir o país para este momento de apreensão e instabilidade, quando olhamos para a lista dos candidatos e visualizamos mais dos mesmos, candidatos fracos e incapacitados para dar novas esperanças e criar as condições para o país atravessar a crise e construir novas perspectivas.

Em uma sociedade em que a violência cresce de forma acelerada, o desemprego não sai da casa dos 12% ou 13%, o subemprego apresenta crescimento preocupante e os privilégios crescem e são encobertos de forma descarada, onde prédios caem e indigência aumenta, as eleições presidências não mais nos parece um momento de mudanças, os candidatos ainda se esforçam por mostrar possíveis mudanças sem esforços e sacrifícios, flertando com o populismo que beira a irresponsabilidade, da mesma forma que na eleição anterior onde o ganhador se apropriou do discurso do segundo colocado e o resultado já foi visto por todos, mais dúvidas, insatisfação, medo e incertezas, diante disso, como podemos esperar uma recuperação da economia brasileira se os atores políticos se comportam apenas como aqueles que estão interessados em seus interesses e ganhos imediatos? Como já disse um dia o presidente francês Charles De Gaulle, Este país não é sério.

 

O tempo do autoencontro

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Uma obra de Rossandro Klinjey que trabalha com uma análise englobando Religião, Psicologia e Espiritismo, de fácil leitura e que estimula a reflexão a o auto descobrimento.

 

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Canção de Ninar

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Um dos livros mais interessante lidos neste ano, Canção de Ninar de Leila Slimani, uma história bastante apreensiva e bem construído que retrata a degradação dos laços sociais e a dificuldade de convivência harmoniosa em uma sociedade em constante transformação.

 

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Nada resiste ao trabalho

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Um livro com grande potencial, analisa o trabalho e questões importantes da sociedade, embora cia muito na autoajuda, o livro é leitura fácil e envolvente, vale a pena ler de forma crítica e interessada.

 

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