Equilíbrio

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Neste momento da economia internacional, as nações precisam construir estratégias consistentes para a sobrevivência neste cenário de instabilidades constantes, de incertezas crescentes, de rupturas e transformações tecnológicas, de exclusões e desigualdades sociais em ascensão, de guerras fratricidas e de novas crises financeiras, com impactos impossíveis de mensuração para a comunidade mundial.

Neste cenário, percebemos o incremento das animosidades entre as nações, uma verdadeira busca pela liderança e um conflito entre os países que lutam pela hegemonia internacional. De um lado, encontramos a sociedade norte-americana, que liderou a economia mundial desde o final da segunda guerra mundial, impondo instituições multilaterais, exigindo a oficialização de sua moeda, o dólar, como o padrão monetário global, espalhando empresas em todas as regiões do mundo, difundindo seu modelo econômico e produtivo, influenciando os governos aliados e pressionando nações com posicionamentos diferentes. De outro lado, encontramos uma nação que vem ganhando espaço na economia internacional, a China, que apresenta números astronômicos da comparação mundial, uma nação que nos anos 1980 era constituída por camponeses pobres e miseráveis e se tornou uma das maiores economias internacionais, detentora do maior setor industrial da contemporaneidade, responsável por grande desenvolvimento tecnológico, com fortes investimentos em energias alternativas, em inteligência artificial e grande potencial de liderar a sociedade mundial nas próximas décadas.

Diante deste cenário que se abre para a sociedade mundial, encontramos modelos econômicos e produtivos que se enfrentam para a busca da liderança da economia global, trazendo culturas e comportamentos diferentes, trajetórias variadas e visões de vida e formas de organização social diferenciadas, uma nação mais centrada no imediatismo, na concorrência crescente, no individualismo, na busca crescente dos ganhos materiais e, do outro lado, encontramos uma nação milenar, dona de uma história rica de mais de cinco mil anos, com valores atrelados a coletividade, nos valores intangíveis e na busca crescente pela consciência humana.

Neste cenário de confrontos geopolíticos em curso na sociedade mundial, as nações se encontram num momento de escolhas estratégicas, alguns países se atrelam a um dos lados do conflito em detrimento de outro, buscando seus interesses imediatos e os ganhos materiais, garantindo para a sua população recursos monetários e proteção para angariar espaços de crescimento econômico e melhorias sociais para seus concidadãos, almejando o tão sonhado desenvolvimento.

Nações como o Brasil se encontram em uma grande encruzilhada histórica, demandando escolhas estratégicas, além de decisões políticas e geopolíticas imprescindíveis, sendo cortejadas pelas nações que buscam a hegemonia internacional, com promessas interessantes e novas oportunidades de negócio, além de garantir novos investimentos produtivos e novos modelos de organização social. Neste momento, fazem-se necessário, maior maturidade e serenidade e a compreensão do que queremos ser nos próximos anos, algo que nos falta e dificulta nossa compreensão do cenário mundial e nos leva a entregar de graça nossas riquezas minerais e agrícolas, alegrando os donos de poder global e, ao mesmo tempo, perpetuando nosso subdesenvolvimento. Estamos num momento imprescindível para o futuro da sociedade brasileira, as escolham devem definir os rumos do Brasil contemporâneo.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Economia Comportamental, Mestre e Doutor em Sociologia e Professor Universitário.

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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