Vivemos momentos marcados por grandes escolhas, desafios e oportunidades, para isso, precisamos construir novos horizontes de sobrevivências, entendermos o que queremos para os próximos anos, desenvolver lideranças conscientes e capacitadas para compreendermos os horizontes futuros, investindo fortemente em educação, conhecimento e tecnologias, capacitando as organizações, retomando projetos exitosos, fortalecendo as instituições e repensando estratégias malsucedidas. Vivemos envoltos, na contemporaneidade, em inúmeras encruzilhadas, cujas escolhas devem nortear o comportamento das sociedades das próximas décadas.
O maior desafio para a sociedade internacional é reduzir, por completo, os desequilíbrios gerados pelas desigualdades crescentes nas sociedades contemporâneas. Países ricos e nações pobres perceberam o crescimento das desigualdades, desde social, econômica, política e cultural, que impactam negativamente para a sustentabilidade das estruturas produtivas e sistemas políticos, que degradam as relações sociais, incrementando conflitos cotidianos, aumentando as violências e gerando o esgarçamento dos tecidos sociais.
O crescimento das desigualdades gera constrangimentos crescentes para as estruturas sociais, limitando os mercados internos de consumo, reduzindo a capacidade de recuperação econômica, limitando a renda disponível e exigindo recursos públicos para socorrer grupos mais fragilizados, para evitar que as sociedades entrem em colapsos, aumentando o caos generalizado, com graves consequências para a convivência pacífica e a consolidação democrática.
Nas sociedades contemporâneas, os líderes devem ser dotados de grandes habilidades de conversação, ouvindo as demandas de todos os grupos sociais, arbitrando os conflitos econômicos e políticos, solicitando esforços de setores que ganham constantemente e canalizando recursos financeiros para reconstruir espaços de cidadania e garantindo que as estruturas democráticas tragam benefícios para todos os setores da comunidade, evitando que setores mais organizados, donos de lobbies mais eficientes, dotados de grande capacidade financeira imponham seus interesses imediatos, seus ganhos adicionais e limitem os repasses para setores mais fragilizados.
Numa sociedade como a brasileira, marcada por desigualdades generalizadas, é fundamental que os líderes e gestores modernos, tenham que construir uma grande capacidade de negociação, entendendo que, muitas vezes, políticas urgentes e necessárias, demandam tempo para trazer retornos consistentes. Estas políticas devem ser adotadas, visando o bem estar da comunidade, reduzindo privilégios de alguns setores, que sempre se beneficiaram de menor tributação, isenções fiscais e ganhos monetários e financeiros oriundo de taxas de juros elevadas praticadas pelas autoridades monetárias controladas pelos donos do capital, em detrimento da maioria da comunidade, que vivem ou sobrevivem com as migalhas do orçamento público, enquanto setores mais abonados e dotados de grande capacidade de organização política e econômica, garantem a concentração da renda nas mãos de poucos privilegiados e contribuem para a perpetuação de uma pobreza crônica que perpassam o momento da descoberta desta nação.
Governar é fazer escolhas, estas escolhas devem nortear os resultados imediatos e futuros de cada governo. Numa sociedade, como a nossa, centrado por grandes desequilíbrios e conflitos latentes, todas estas escolhas devem sem claras, urgentes e transparentes para a comunidade. Neste momento de transição de governo, percebemos que os grupos ganhadores desta política econômica se arvoram com seus tentáculos para impor seus ganhos financeiros e monetários, perpetuando uma estrutura econômica centrada no imediatismo e dos ganhos financeiros que pouco trazem para a comunidade nacional.
Neste momento, percebemos que as encruzilhadas aparecem mesmo antes do novo governo tomar posse, querendo controlar as políticas futuras como fizeram em quase todos os governos anteriores, controlando os repasses financeiros para os grupos mais fragilizados, estimulando o incremento de seus ganhos monetárias que garantem um parasitismo crescente que contribuem pouco para a comunidade, mas perpetua seus ganhos adicionais e sua indiferença com os setores marginalizados.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Economia Criativa, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.