Desafios econômicos globais

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A economia internacional vem passando por grandes incertezas e instabilidades, com aumento sistemático de políticas protecionistas, incremento dos subsídios, pressões de cortes de gastos, transformações no mercado de trabalho, crescimento de novas tecnologias que criam novas oportunidades mas, ao mesmo tempo, aumentam as incertezas sobre o futuro dos trabalhadores, além de conflitos militares entre nações, regiões inteiras, retaliações, ameaças e grandes instabilidades em todos os setores econômicos, políticos e sociais.

Com o ano novo, os desafios aparecem fortemente, exigindo lideranças em todas as áreas e setores, para enfrentarmos os grandes desafios da sociedade contemporânea, construindo novos consensos, diminuindo a pobreza, combatendo as desigualdades que crescem de forma acelerada, estimulando novas formas de conversação, trazendo ideias inovadoras e empreendedoras, renovando valores, consolidando novos modelos de negócios, trazendo para o debate maior sustentabilidade, fortalecendo políticas públicas comprovadas e construindo uma governança que rechacem privilégios desnecessárias e minimizem a corrupção.

Logo no começo deste ano, percebemos perspectivas preocupantes relacionados ao comércio internacional. A nova gestão dos Estados Unidos, com o retorno de Donald Trump, vem prometendo incrementar pressões sobre outras nações e blocos de países, aumentando tarifas comerciais para proteger os setores produtivos norte-americanos, buscando atrair empresas estrangeiras para aumentar os investimentos em solo estadunidense, garantindo aumento do emprego interno, incremento da renda e impulsionando a indústria nacional, uma visão fortemente protecionista e intervencionista, cada vez mais distante das políticas liberalizantes defendidas anteriormente.

Importante destacar ainda, o combate sistemático da imigração, proposta fortemente defendida por Donald Trump, desde o primeiro mandato, que podem gerar graves constrangimentos para o mercado de trabalho estadunidense, elevando os custos de contratação, impactando sobre os preços dos produtos produzidos internamente, elevando a inflação e levando a Autoridade Monetária a políticas mais restritivas de crédito.

Estas medidas tendem criar graves constrangimentos para o comércio internacional, levando as nações a adotarem políticas protecionistas parecidas, aumentando as tarifas comerciais, criando cotas de trocas externas e reduzindo o comércio global, fomentando a busca de novos mercados consumidores, abrindo novos horizontes e, neste cenário podemos vislumbrar a degradação de relações políticas e econômicas entre nações e fomentar conflitos que podem gerar desajustes regionais, criando mais incertezas e instabilidades em todas as regiões do globo.

Destacamos ainda, dentre as promessas do “novo” governo norte-americano que geram expectativas quanto ao crescimento econômico dos EUA, mas suscitam ainda, receios quanto à estabilidade financeira global, à desregulamentação e a redução dos tributos dos bilionários e de grandes empresas, que podem expandir o déficit público de forma assustadora e, podem desestabilizar o mercado de título com a dívida pública.

Como vivemos numa economia fortemente integrada e interdependente, todas estas medidas podem impactar sobre a economia mundial, com a possível valorização do dólar, elevação das taxas de juros, afetando negativamente países emergentes, como o Brasil, com enfraquecimento do comércio global e aumentando a pressão sobre o crescimento econômico global. Neste momento de novos desafios, o retorno de Donald Trump pode gerar mais incertezas e instabilidades, mas como disse Lewis Carrol, no livro Alice no País das Maravilhas: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia.

 

 

 

 

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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