Confusão e ameaças

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Nos últimos sessenta dias a comunidade internacional vem passando por grandes controvérsias econômicas e políticas, com confusões variadas e preocupações crescentes, motivadas pelas políticas equivocadas implementadas pela nova administração dos Estados Unidos da América, espalhando críticas imediatas na comunidade internacional, aumentando o ódio e o ressentimento entre adversários e, pasmem, até mesmo estas políticas estão afetando os aliados, criando pânico, revolta e desconfiança.

Neste período, o governo norte-americano vem adotando políticas fortemente unilaterais, impondo tarifas comerciais e medidas protecionistas para todos os parceiros, apresentando desejo de anexar territórios externos, gerando preocupações para toda a comunidade internacional, impactando sobre acordos comerciais assinados anteriormente, prejudicando as estratégias de empresas nacionais e internacionais e criando um clima de insegurança, incertezas e preocupações sobre os rumos dos negócios na economia internacional.

Das medidas destacamos os confrontos crescentes com aliados históricos dos Estados Unidos, como a Europa Ocidental, levando seus governos a alterarem suas políticas de defesa nacional e, desta forma, a União Europeia está se preparando para uma verdadeira escalada militar, num projeto ambicioso e orçado em quase 1 trilhão de euros, recursos inexistentes atualmente no bloco e que tendem a criar novos descontentamentos com a população, servindo de um verdadeiro combustível para o crescimento da extrema direita. Neste cenário de grandes incertezas na União Europeia, onde os governos nacionais europeus vão levantar recursos para a indústria da defesa? A pergunta é intrigante e urgente, mas a resposta passa pelas políticas do Estado do Bem-estar Social que devem minguar para financiar os fabulosos gastos bélicos e militares, contribuindo efetivamente para espalhar em toda a região, misérias, pobrezas e indignidades.

As políticas implementadas pelo governo norte-americano estão gerando calafrios para os aliados do norte da América, levando países como o México e o Canadá a estudarem e, posteriormente, adotarem como forma de defenderem seus setores produtivos e seus interesses nacionais, protegendo as suas empresas e toda economia, defendendo seus trabalhadores e garantindo seu mercado interno. 

As medidas implementadas pelo governo de Donald Trump estão criando novos constrangimentos na comunidade internacional, levando inúmeros países a recorrerem a Organização Mundial do Comércio (OMC), buscando a mediação de organismos mundiais para evitar o crescimento do protecionismo global, cujos impactos tendem a ser devastadores para o comércio global, levando as nações a aumentarem o isolacionismo.

Numa sociedade centrada no imediatismo, no individualismo, no narcisismo e na busca frenética pelo lucro monetário, onde os atores econômicos e produtivos olham apenas para o curto prazo e pelos ganhos imediatos, os confrontos crescem fortemente na seara do comércio internacional e na geopolítica tendem a se espalhar para todas as áreas da comunidade global, aumentando as tensões entre as nações, com o incremento dos investimentos bélicos e militares e a redução sistemática dos gastos sociais e das políticas públicas que beneficiam a maioria da população, desta forma, estamos caminhando a passos largos para uma destruição total e inimaginável, atuando como seres humanos irracionais e individualistas, nos distanciando rapidamente do comportamento daqueles que chamamos de animais.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Sociologia do Trabalho e Exclusão Social, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.

 

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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