A sociedade brasileira vem passando por grandes desafios que estão moldando as estruturas econômicas e produtivas, com impactos sociais, políticos e culturais. Neste ambiente centrado por grande concorrência e forte incremento tecnológico, as nações prescindem de lideranças conscientes e qualificadas para superar os grandes desafios contemporâneos, sob pena de perderem o bonde da história, perpetuando desequilíbrios estruturais, aumentando as desigualdades e aprofundando os graves constrangimentos existentes na sociedade.
Dentre os grandes desafios na sociedade brasileira, gostaria de salientar dois desafios que nos parecem urgentes e prescindem de políticas públicas imediatas para reverter essa situação de caos e graves constrangimentos. Destacamos as questões climáticas, cujas alterações tendem a gerar graves desequilíbrios por todo o meio ambiente, com aumento da temperatura e seus impactos sobre toda a estrutura produtiva, com fortes modificações e preocupações que podem gerar graves prejuízos para a agricultura, fragilizando as exportações e impactando a solidez das contas externas.
Estas transformações climáticas em curso na sociedade estão deixando claro que essas mudanças tendem a gerar graves prejuízos materiais e imateriais sobre as cidades, incrementando um caos, com destruições urbanas, com o crescimento de enchentes e mortes na comunidade. Diante destas modificações climáticas, a sociedade precisa tomar a liderança para modificar esse cenário desastroso, estimulando transformações estruturais, aumentando investimentos em energias alternativas, fortalecendo a bioeconomia e consolidando a economia circular, vislumbrando uma melhora no meio ambiente e reduzindo a dependência do combustível fóssil.
Outra questão que a sociedade brasileira precisa se atentar é com relação as desigualdades da renda. Sabemos que existem variadas formas de desigualdade na sociedade, mas quando nos referimos as desigualdades sociais, entramos num ambiente muito pantanoso. Vivemos numa sociedade em que milhões de pessoas vivem ou sobrevivem em condições sociais degradantes e num ambiente marcado por grandes paradoxos e contradições, de um lado percebemos a existência de setores altamente qualificados, dotados de grande desenvolvimento tecnológico, máquinas de primeira geração, inteligência artificial, dentre outros. Do outro lado, percebemos uma parte substancial da população nacional vivendo em condições indignas, sem educação, sem atendimento médico, sem saneamento básico, sem eletricidade, sem esgoto e grande dificuldade de sobrevivência. Esse é o retrato da sociedade brasileira, onde uma parte vive no século XXI e uma outra parte, substancial, sobrevive nos meados do século XIX.
As desigualdades crescem em todas as regiões do mundo, criando grandes conflitos, muitas guerras e violências generalizadas. Anteriormente, essas desigualdades sociais existiam em países pobres e subdesenvolvidos, gerando variadas dificuldades, pobrezas e violências crescentes. Atualmente, essas desigualdades crescem em países ricos e desenvolvidos, gerando novas formas de confrontos sociais e instabilidades políticas, ascendendo setores intolerantes, radicalismos, fascismos e violências crescentes.
O combate desses desequilíbrios que crescem na sociedade brasileira são fundamentais para melhorarmos o ambiente social, criando oportunidades para todos os grupos sociais, evitando que os radicalismos e os extremismos cresçam na sociedade que, com certeza, vai contribuir para a perpetuação das desigualdades que existem deste os primórdios da história da sociedade brasileira.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Economia Criativo, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário