Estamos vivendo momentos de altas temperaturas em todas as regiões do mundo, com impactos generalizados para toda a sociedade global, com repercussões em todas as áreas e gerando fortes constrangimentos para a economia, com aumento de custos, incertezas crescentes e a necessidade de discutirmos sobre os rumos da estrutura produtivo e a forte dependência de combustíveis fósseis.
Desde a primeira revolução industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII, que trouxeram ganhos substanciais para a estrutura produtiva mundial, incremento da produtividade, com novos modelos de negócio, com a geração de novas formas de organização social e política, com fortes mudanças comportamentais dos indivíduos, com o surgimento de novas ocupações e uma forte dependência dos combustíveis fósseis, que estimularam conflitos militares, guerras e revoluções sangrentas ao longo da história nas mais variadas regiões e como forma de controlar e dominar o chamado “ouro negro”.
Neste cenário, percebemos que a ciência internacional vem buscando novas formas de energia para satisfazer os anseios da estrutura produtiva, sabendo que os combustíveis fósseis são finitos e a sociedade precisa construir urgentemente outras alternativas energéticas como forma diminuirmos a dependência do petróleo e gás natural.
Depois de mais de duzentos anos de crescimento econômico produtivo global, os impactos sobre o meio ambiente estão, cada vez maiores, com incremento da temperatura, degradação de regiões inteiras, prejuízos elevados e crescentes na agricultura, alterações no solo, degradação de rios, mares e lagos, com isso, percebemos o aumento da imigração de povos inteiros, com variados conflitos culturais, o aumento de movimentos xenofóbicos, a violência e a exclusão social.
Diante disso, percebemos a grande dificuldade dos agentes econômicos e dos gestores públicos de criarem novas formas de energias alternativas para movimentar o sistema econômico e produtivo fortemente dependente dos combustíveis fósseis. Toda a estrutura produtiva internacional sempre foi dependente destes combustíveis e, neste instante, faz-se urgente o desenvolvimento de novas alternativas energéticas. Os recursos necessários para essa transformação são gigantescos para a comunidade internacional, estamos falando em algo de trilhões de dólares, num cenário marcado por economias endividadas e questões fiscais preocupantes para a maioria das nações. Ou seja, estamos vivenciando um dos maiores desafios da sociedade mundial, que exige lideranças capazes de compreenderem o desafio e propor soluções imediatas e disruptivas
Depois de mais de 200 anos de forte exploração e dependência dos combustíveis fósseis, os custos deste modelo econômico dominante estão aparecendo com mais evidente, todos os indivíduos estão comentando as alterações climáticas, o aumento da temperatura e os custos financeiros e monetários para toda a comunidade. Neste momento, o Brasil apresenta grandes oportunidades, somos uma nação detentora das mais variadas formas energéticas, uma grande vantagem comparativa quando observamos as outras nações, que precisam fortemente de formas energéticas externas que reduzem sua soberania e sua autonomia.
Os grandes conglomerados produtivos internacionais perceberam o forte potencial brasileiro, as empresas automobilísticas globais estão se posicionando no cenário nacional e outros setores estão estudando projetos de investimentos para os próximos anos, com forte geração de emprego, com melhorias nos indicadores econômicos e sociais, além da melhora no incremento da produtividade da economia brasileira.
Para que consigamos atrair esses investimentos internacionais precisamos de maturidade institucional, fortes investimentos em capital humano, com grandes dispêndios em educação e saúde, criando fortes estímulos financeiros para as pesquisas científica, atraindo pesquisadores brasileiros e internacionais motivados por um projeto maior e consistente. O sucesso econômico, nos mostram as nações desenvolvidas, está centrado nos fortes investimentos na população, nas políticas públicas e enfocando o ser humano, antes de tudo.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.