Demanda insuficiente

Compartilhe

A economia brasileira vem passando por grandes alterações conjunturais, programas exitosos internacionalmente foram fragilizados, muitas políticas públicas foram desestruturadas, ausência de investimentos em setores fundamentais para compreender os grandes desafios na sociedade contemporânea, redução de repasses para a saúde e para a educação, ausência de uma estratégia de qualificar e capacitar os trabalhadores vitimados pelo desenvolvimento tecnológico, tudo isso nos leva a compreender, que vivemos num momento de grandes decisões que podem mudar a sociedade num futuro próximo.

Neste momento, percebemos que a economia brasileira carece de políticas consistentes para fortalecer o mercado interno, aumentar a demanda interna, melhorando a empregabilidade da classe trabalhadora, garantindo educação de qualidade para fortalecer os espaços mais dinâmicos numa economia em transformação.

Nestes últimos anos, os governos se preocuparam em reduzir investimentos públicos, piorando as condições de trabalho dos trabalhadores, reduzindo benefícios para todos os setores econômicos, fragilizando as organizações sindicais e diminuindo os gastos públicos em saúde e educação, acreditando que esse era o caminho correto para aumentar os investimentos da economia, alavancando a renda total do sistema econômico, o resultado destas políticas foram exitosas para os donos do poder econômico e financeiro, os indivíduos que vivem do rentismo e do parasitismo do Estado e, em contrapartida, os setores trabalhadores estão digladiando para a sobrevivência cotidiano, com salário aviltantes e cargas de trabalho elevadas, transporte precário, saúde pública em forte degradação e educação de péssima qualidade, neste cenário, encontramos indivíduos defendem a possiblidade de ascensão social, os méritos da meritocracia e a defesa incondicional do empreendedorismo como forma de revolução social.

Vivemos momentos de reconstrução nacional, precisamos reconstruir nossa estrutura industrial, não aquela indústria do século XX, mas a indústria do século XXI, a chamada Indústria 4.0 ou a Quarta Revolução Industrial, incrementando os investimentos maciços em educação de qualidade, fortalecimento o Sistema Único de Saúde (SUS), investindo em ciência e tecnologia, dessa forma, começamos a repensar a sociedade nacional nos próximos anos e deixando de lado picuinhas desnecessárias, conflitos degradantes, corporativismo ultrapassados e interesses individuais, tudo isso está contribuindo ativamente para que a economia brasileira vem se degradando todos os anos, saindo da sexta para a décima segunda posição no cenário econômico mundial.

Precisamos compreender que o país empobreceu na última década, o salário da classe trabalhadora vem se degradando rapidamente, o desemprego vem aumentando a passos largos, a educação vem perdendo a atratividade para os estudantes e os professores perderam a capacidade de estimular o brilho do conhecimento, isso acontece porque as cargas de trabalho são elevadas e seus salários estão em constante degradação, sem educação um país não consegue pintar uma perspectiva de futuro digna e decente para seus concidadãos e acabam perpetuando essa situação de desintegração social, de ressentimentos elevados e ódios generalizados cotidianos.

As teorias econômicas dominantes deveriam retomar as visões da economia como a ciência da escassez, retomando políticas que incrementem a renda da classe trabalhadora, melhorando os salários e renda agregados, dinamizando as políticas públicas para redistribuir a renda, tributando setores que pouco pagam impostos, desta forma, todos os setores sentirão impactados imediatamente, alavancando o consumo, melhorando a renda dos indivíduos, impulsionando a produção, melhorando o setor de serviços, movimentando os setores econômicos e produtivos e angariando mais recursos para os governos nacionais e financiando as políticas públicas, que são imprescindíveis para melhorar as condições sociais.

As nações que se desenvolveram investiram fortemente em sua população, foram ousados, priorizaram mercado interno e como diz Barbosa Sobrinho “capital se faz em casa”.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista Economia do Setor Público, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

Leia mais

Mais Posts

×

Olá!

Entre no grupo de WhatsApp!

× WhatsApp!