O século XXI se caracteriza por grandes transformações na sociedade internacional, depois da crise financeira que abalou a economia global, posteriormente presenciamos a morte de mais de 6 milhões de pessoas vitimadas pela pandemia do Coronavírus. Percebemos que estamos nos aproximando rapidamente de conflitos militares devastadores, com todo potencial de destruição e degradação e, como sempre, os grupos sociais mais fragilizados e desprotegidos são os mais afetados.
O século XX foi marcado por inúmeros conflitos militares, neste período, a sociedade presenciou duas grandes guerras mundiais com mais de 100 milhões de mortos, com fortes destruições de países, cidades e regiões. Neste momento, a geopolítica global foi reconfigurada rapidamente, nações fortes perderam espaço nos cenários econômico, geopolítico e outros países ganharam espaço na comunidade mundial, uma verdadeira revolução no ambiente global.
Os fortes investimentos na indústria bélica e militar foram fundamentais para o desenvolvimento da tecnologia civil, impactando fortemente nas grandes transformações que estamos vivenciando na sociedade contemporânea, impulsionando produtos, máquinas, equipamentos e gerando novos modelos de negócios, que alteram por completo o cenário internacional. Produtos como a internet, o Sistema de Posicionamento Global (GPS), os radares, os drones, os caças supersônicos, os equipamentos hospitalares, dentre outros, foram responsáveis por avanços na tecnologia da sociedade, sendo que os maiores investidores da indústria bélica são os Estados Unidos, a Rússia, a França e a China, sendo que os norte-americanos dispendem mais do que o dobro dos investimentos dos outros países descritos acima, com quase US$ 1 trilhão anual.
Os fortes investimentos na indústria bélica foram fundamentais para o desenvolvimento da chamada Terceira Revolução Industrial, que trouxeram para a comunidade internacional os grandes avanços na informática, na biotecnologia e na telecomunicação, setores que contribuíram para impulsionar as alterações que estamos vivendo na sociedade contemporânea, com fortes avanços em variadas áreas e setores, mas ao mesmo tempo, contribuindo para o incremento das incertezas e das instabilidades que estamos vivendo na contemporaneidade.
Neste momento, percebemos que os grandes movimentos geopolíticos, com as grandes potências se abrindo para conflitos militares duradouros, que podem culminar em guerras devastadoras, com destruições e degradações humanas, além de grandes prejuízos materiais e imateriais.
Vivemos momentos de incertezas, espionagens e preocupações crescentes, além do conflito
militar entre Ucrânia e Rússia, com movimentos das nações da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), cuja expansão pode gerar um aprofundamento do conflito, levando várias nações a entrarem na guerra, gerando devastações em toda a comunidade internacional e seus resultados, com certeza, não são animadores. Afinal, estamos falando de nações com forte poderes bélico, militar e nuclear, neste cenário, o poderio nuclear pode levar a sociedade internacional a destruição.
O envio de equipamentos militares, armas, aviões, tanques, drones e bilhões de dólares, dos países da OTAN para “defender” a Ucrânia, pode aumentar a instabilidade na região, aumentando os conflitos e as ameaças de uso de armas nucleares, tudo isso contribuindo para aumentar o conflito, gerando mais represálias, mais destruições e impactos sobre a economia internacional, aumentando os preços das commodities, como alimentos, energias, combustíveis e fertilizantes, impactando a economia mundial, degradando a renda dos países mais pobres e garantindo lucros extraordinários dos setores vinculados a indústria bélica.
Destacamos ainda, as arestas verbais entre os Estados Unidos e a China, que podem levar a conflitos militares nos próximos anos. Neste cenário, depois de crises financeiras internacionais e pandemias avassaladoras, uma possível guerra entre nações com fortes potenciais nucleares nos levariam para uma verdadeira tempestade perfeita, de destruição, de devastação e de irracionalidade.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre em Economia Circular, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário. Artigo publicado no Jornal Diário da Região, Caderno Economia, 08/02/2023.